O final da semana vai trazer três dias em cheio, com programação para todos dentro e fora da Oficina Municipal de Teatro (OMT). Do lado de dentro, na sexta-feira, regressamos à Música na Tabacaria com os Múria e, no sábado, recebemos os colegas das ASTA – Teatro e Outras Artes (Covilhã) para a performance teatral “Máquina de Encarnar”. Do lado de fora, no domingo, aproveitamos o bom tempo para recebermos a companhia espanhola Cris-Is no Jardim das Oliveiras da OMT, com o espetáculo de teatro clown “HOME”.

É já no dia 12/05, às 22h, que os Múria sobem ao palco da Tabacaria. O quarteto nasce em 2016, numa formação tradicional do jazz com Susana Nunes (voz), Diana Cangueiro (piano), Carlos Borges (baixo) e Miguel Fernández (bateria) tendo como missão preservar, reapropriar-se e enriquecer o repertório folclórico português, de Trás-os-Montes até ao Algarve, Açores e Madeira. Entre outras, interpretam arranjos próprios de canções como “Alvíssaras”, “Fandango”, “Fui ao céu”, “Nós somos trabalhadores” ou “Stando eu a cozer”. Múria personificam canções de trabalho, de amor, de embalar, danças, hinos – transfigurando-as para um espectro místico e devocional, através da roupagem jazz com que envolvem estes trabalhos da etnografia nacional mais profunda.

“Máquina de Encarnar” estará em cena no sábado, dia 13/05, às 21h30. Trata-se de uma criação da ASTA e que o Teatrão acolhe no âmbito da rede descentralizada Descampado. Esta performance teatral de ato único inclui música ao vivo e procura desmontar e explorar o paradoxo e a raiz da violência dentro das relações – de amizade, amorosas e sociais –, procurando ser um manifesto artístico contra todas as formas de violência. É uma “máquina” que quer transformar um ato teatral passivo numa proposta artística impactante, com a consciência de que o teatro tem de desempenhar um papel ativo na denúncia da violência e que deve acrescentar o seu olhar sensível e a sua voz amplificada a esta luta. Revela a ASTA, no dossiê sobre a peça, que “é possível através do teatro e da arte, criar novas formas de reflexão, de ação, alternativas aos discursos de domínio patriarcal. A arte deve encarnar novas possibilidades de representação de género, que sirva de resistência e empoderamento, que permitam a todas as pessoas construir uma nova história.”

Por fim, no domingo, diretamente de Barcelona, chega-nos a palhaça Cristina Solé e a sua mais recente criação: “HOME”. Este espetáculo de teatro clown procura, através da paródia e slapstick, refletir sobre e expôr as ridículas e hilariantes situações do dia-a-dia na vida de um casal. Cristina pega neste drama, com o qual muitos de nós empatizamos, dá-lhe a volta, transforma-o e atinge o seu objetivo: que sejamos capazes de olhá-lo, partilhá-lo e rir dele a alto e bom som, “com gargalhadas das que curam”, como diz Cristina. Sem quaisquer falas, é um espetáculo escrito na língua internacional do riso e criado para toda a família. O espetáculo decorre no Jardim das Oliveiras, na OMT, às 17h.

O Teatrão prossegue, desta forma, com a sua missão de ser uma estrutura, por um lado, versátil no tipo de manifestações culturais que procura oferecer à cidade e, por outro lado, diversa na audiência que procura envolver com a sua programação.

Os bilhetes para as atuações estão disponíveis para compra na OMT e online, através da Ticketline ou linktr.ee/oteatrao