O Teatro Académico de Gil Vicente promove, esta sexta-feira, 31 de março, às 19h, a iniciativa Leitura Participativa, de e com Elizama Almeida & Mafalda Lalanda, no Largo da Igreja de São Bartolomeu, na Baixa de Coimbra.

Esta leitura participativa parte da pesquisa no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em busca dos processos de mulheres inquiridas. 

Uma leitura dirigida por e com Elizama Almeida e Mafalda Lalanda, em coprodução com o Teatro Académico de Gil Vicente e  23 Milhas.

Esta leitura acontece ao ar livre, na baixa de Coimbra, no Largo da Igreja de São Bartolomeu. E a escolha do espaço não foi por acaso. A performance assinala a extinção do Tribunal do Santo Ofício, em 31 de março de 1821. A Inquisição perseguiu, violentou e torturou mulheres: Violante tinha 30 anos e seu crime era ser judia. Rosa casou-se pela segunda vez e foi por isso condenada. A Freira Clara foi proibida, para sempre, de falar. Brites tinha apenas 13 anos. Como não há história muda, não há arquivo mudo: Violante, Rosa, Clara, Brites e Antónia não são uma ficção. A participação na leitura é livre ou pode só assistir, também de forma gratuita.

Elizama Almeida e Mafalda Lalanda poetas materiais, recolhem, arquivam e mostram coisas de todo o tipo, às vezes palavras, mas não necessariamente versos e muito menos poemas. Autos Sem Fé tem origem no seminário Materialidades da Cultura no âmbito do programa de doutoramento Materialidades da Literatura da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.