Desde a madrugada do dia 1 de janeiro que o site da TSF não é atualizado, assim como o do Dinheiro Vivo.

O site da TSF não é atualizado desde a madrugada do dia 1 de janeiro, quando “devido à cessação de contrato, deixaram de estar disponíveis todas as ferramentas da atual plataforma”, refere uma nota a que a Mundial FM teve acesso.

Segundo o mesmo documento, antes do final do ano, o Conselho de Redação (CR), bem como  a Comissão de Trabalhadores (CT), alertaram “a direção e os responsáveis pela área para os riscos de uma transição, sem que estivessem reunidas todas as condições de segurança e salvaguarda do bom funcionamento do site”, assim como o “eventual risco de se perder o arquivo que constitui, nesta altura, a memória escrita e sonora da TSF”.

Dado que persistem os problemas, na manhã desta terça-feira, 2 de janeiro, os dois organismos de representação dos trabalhadores da TSF enviaram à Administração do Global Media Group (GMG) uma mensagem onde “lamentam que os jornalistas, técnicos, animadores e trânsito da TSF estejam, há mais de 24 horas, sem acesso ao ‘backoffice’ que permite editar e atualizar a página da TSF online, com elevados prejuízos para os leitores, ouvintes e, por consequência, para a imagem da TSF”.

“Os membros eleitos do CR e da CT lamentam que não tenham sido tomadas, em tempo útil, decisões que evitassem uma disrupção do normal funcionamento do site e acautelassem uma solução intermédia que assegurasse a transição para um novo formato”, pode ler-se ainda.

Apelam assim a que “sejam tomadas todas as medidas para que o site da TSF […] possa continuar a dar notícias e a manter em pleno o seu arquivo digital. Caso contrário , as consequências editoriais – e até financeiras – são imprevisíveis”.

Já à Lusa, fonte do Dinheiro Vivo confirmou que os trabalhadores deste órgão de comunicação social também não têm acesso às funcionalidades do respetivo backoffice.

Na sexta-feira, as redações dos órgãos de comunicação social Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias, O Jogo e TSF aprovaram a realização de uma greve a 10 de janeiro, depois de, no dia anterior, a administração do grupo ter informado os trabalhadores de que não tem condições para pagar os salários referentes a dezembro e que a situação financeira é “extremamente grave”.

No pré-aviso de greve, os trabalhadores exigem “o pagamento imediato” dos salários em falta e do subsídio de Natal e da remuneração devida aos trabalhadores independentes (recibos verdes), recordando que “muitos dos prestadores de serviço” que trabalham para o grupo tiveram de “recorrer à solidariedade de jornalistas para poderem sobreviver”.

Simultaneamente, instam a comissão executiva do GMG a pôr “termo imediato a qualquer processo que determine a cessação de contratos de trabalho”.

A administração é acusada de pautar “a sua conduta por contradições entre o que anunciou fazer e o que tem feito” desde que tomou posse, há pouco mais de dois meses, e instada a focar-se “no investimento e na melhoria das condições de trabalho” para fazer crescer o grupo e assegurar “uma efetiva liberdade de informação de todos os cidadãos”.

A comissão executiva do GMG – consideram – “não tem correspondido aos padrões que a gestão de um grupo de media exige”.

No domingo, o SJ desafiou os acionistas do GMG a destituírem a comissão executiva, por declarações “lesivas para os interesses” do grupo.

Acionistas e comissão executiva têm trocado acusações e ameaças, enquanto os trabalhadores estão sem receber o salário de dezembro e o subsídio de Natal e os prestadores de serviços sem os pagamentos que lhes são devidos.