O Executivo Municipal deliberou aprovar a atribuição de Medalha de Ouro da Cidade de Cantanhede à Santa Casa da Misericórdia de Cantanhede, que este ano celebra 450 anos. A homenagem decorrerá na sessão solene do feriado municipal, no próximo dia 25 de julho.
De acordo com a presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, “trata-se de homenagear a precursora da intervenção social no concelho, intervenção que remonta a um tempo em que o conceito não tinha o significado que hoje se lhe atribui, mas que na verdade se traduziu sempre numa prática com um alcance humanitário representativo do que de mais edificante e meritório se pode reconhecer a uma instituição”.
A par disso, a instituição apresenta um papel decisivo na área da saúde, estando na génese do Hospital Arcebispo João Crisóstomo. Da história do hospital nos anos subsequentes “ressalta uma evolução do corpo clínico e dos equipamentos no sentido de acompanhar as exigências dos serviços entretanto criados para dar resposta à população, o que aconteceu sob gestão da Santa Casa até 1975”.
Na proposta aprovada por unanimidade esta quarta-feira, 19 de julho, pode ler-se que “quatro séculos e meio depois de ter sido fundada, a Santa Casa da Misericórdia de Cantanhede desenvolve hoje uma atividade ao nível das melhores instituições congéneres do país, dando respostas sociais qualificadas em todas as suas valências: Creche e Educação Pré-Escolar, CATL- Centro de Atividades de Tempos Livres, ERPI – Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, Centro de Dia, Serviço de Apoio Domiciliário e Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Longa Duração e Manutenção”.
O documento sustenta ainda a distinção pela sua “notável e edificante intervenção social nas diferentes áreas de apoio social”, servindo “de forma abnegada a comunidade”.
Helena Teodósio sublinha que “a Santa Casa tem fundadas razões para se orgulhar da sua matriz de intervenção, uma matriz em que é notória a atualização de conceitos e respostas, de acordo com os novos problemas e desafios que emergem da evolução da sociedade”, mas o reconhecimento que lhe é devido “advém também da sua longevidade e do valor social da importante ação de beneficência que desenvolveu nas épocas em que era o único recurso para quem enfrentava dificuldades”.
Com cerca de 170 funcionários, a instituição cumpre as funções de entidade coordenadora e mediadora do Programa Operacional Apoio para Pessoas Mais Carenciadas e é fornecedora de cantinas sociais, ao abrigo dos protocolos celebrados para o efeito com a Segurança Social.
Na lista de investimento mais recentes consta a Unidade de Restauração Coletiva (cozinha), que confeciona cerca de 750 refeições por dia, e a Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Longa Duração e Manutenção, equipamento de referência com 30 camas protocoladas com os Ministérios da Saúde e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados.
Na calha estão a remodelação e ampliação da Estrutura Residencial Para Pessoas Idosas (ERPI) Francisco Pinto de Carvalho e o Centro de Dia, a requalificação do antigo Lar Maria Cordeiro para uma nova ERPI e a ampliação da Unidade de Cuidados Continuados Integrados, num investimento programado de quatro milhões de euros, sem esquecer os valores previstos para o setor agrícola, nomeadamente com o aumento da plantação de vinha, a instalação de estufa para autoprodução e o desenvolvimento de um projeto rural na Quinta da Varziela.