A investigadora Maria Irene Ramalho, professora catedrática jubilada da Universidade de Coimbra, foi hoje surpreendida pela atribuição do Prémio Vergílio Ferreira 2024, da Universidade de Évora, uma distinção que enaltece o seu contributo na internacionalização da literatura portuguesa.

“Para mim, este prémio representa uma grande honra, que me regozija. Não estava à espera e fico muito feliz por ficar em companhia de todos os que já receberam esta distinção antes de mim”, sublinhou.

Em declarações à agência Lusa, a professora catedrática jubilada da Secção de Estudos Anglo-Americanos do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra contou que recebeu a notícia da atribuição deste prémio quando estava a assistir a uma prova de doutoramento na plataforma Zoom.

“Recebi uma chamada telefónica do colega Antonio Sáez Delgado, professor na Universidade de Évora, que me deu a novidade. Disse-lhe que estava estupefacta e que fiquei sem palavras”, referiu.

Maria Irene Ramalho da Universidade de Coimbra conquistou hoje o Prémio Vergílio Ferreira 2024 da Universidade de Évora, pelo seu contributo para “o diálogo entre a literatura portuguesa e as literaturas Anglo-Saxónicas”.

Segundo a Universidade de Évora, o júri decidiu atribuir o prémio por unanimidade, “pelo seu contributo para o incremento do diálogo entre a literatura portuguesa e as literaturas Anglo-Saxónicas e em geral pela internacionalização da literatura portuguesa”.

Autora de vários livros, capítulos de livros e artigos, Maria Irene Ramalho foi a primeira doutorada na área da Americanística numa universidade portuguesa.

Para além de professora catedrática jubilada da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, foi durante 20 anos professora convidada da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA.

Em 2008, foi a primeira estrangeira a ser distinguida com o Prémio Mary C. Turpie pela American Studies Association (ASA) e, em 2018, recebeu do primeiro-ministro português, António Costa, a Medalha de Mérito Científico, atribuída pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Na edição de 2024, o júri do Prémio Literário Vergílio Ferreira foi presidido pelo professor da Universidade de Évora Antonio Sáez Delgado, acompanhado dos docentes universitários Joana Matos Frias, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, António Apolinário Lourenço, da Universidade de Coimbra, Elisa Nunes Esteves, da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora, e do crítico literário Ricardo Viel.

Instituído pela Universidade de Évora em 1996, para homenagear o escritor que lhe dá o nome, o Prémio Literário Vergílio Ferreira destina-se a galardoar anualmente o conjunto da obra literária de um autor de língua portuguesa relevante nos domínios da ficção e/ou ensaio.

Em 2023, o Prémio Vergílio Ferreira distinguiu o escritor angolano Ondjaki. Na primeira edição, foi premiada a escritora Maria Velho da Costa.