Mais de um milhão de pessoas, em Portugal, em 2021, vivia em casas sobrelotadas, de acordo com o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento do Instituto Nacional de Estatística. Trata-se do valor mais alto dos últimos três anos.

O Inquérito indica que, em 2021, 10,6% das pessoas vivia em condições de insuficiência do espaço habitacional. Segundo o INE, mais de um milhão de pessoas (1.096.549) viviam em alojamentos em que o número de divisões habitáveis (= 4 m2) era insuficiente para o número e o perfil demográfico dos membros do agregado, mais 1,6 pontos percentuais (p.p.) do que em 2020.

Os aumentos mais significativos foram registados nas regiões Norte (mais 2,4 p.p.), Centro (mais 2,1 p.p.) e Área Metropolitana de Lisboa (mais 1,4 p.p.).

À semelhança dos anos anteriores, o risco de viver numa situação de insuficiência do espaço habitacional era mais significativo para a população em risco de pobreza, 18,8%.

Para o mesmo ano, a taxa de sobrelotação da habitação era mais elevada para os mais jovens (17,5% para o grupo etário até aos 17 anos), diminuindo com o aumento da idade (10,9% para os adultos e 4,4% para os idosos).

Os dados revelam também que 5,9% da população tinha sobrecarga de despesas em habitação em 2021, mais 1,8 p.p. do que em 2020 (4,1%).