Mais de 16 milhões de crianças em África falharam a toma de doses da vacina do sarampo devido às perturbações causadas pela pandemia de covid-19 nos programas de imunização, estimou esta quinta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com os dados preliminares, divulgados em antecipação à Semana Africana de Vacinação pelo escritório regional para África da OMS, cerca de 16,6 milhões de crianças no continente “falharam as doses planeadas de vacinas suplementares contra o sarampo entre janeiro de 2020 e abril de 2021”.
Os surtos de sarampo ficaram a dever-se, em larga medida, à “baixa cobertura de vacinação de rotina ou ao atraso dos esforços de vacinação”, numa altura em que a vigilância do sarampo em África caiu para o nível mais baixo dos últimos sete anos, com apenas 11 países a cumprirem os seus objetivos.
A maioria das doenças, incluindo tétano, difteria e febre amarela, requer uma cobertura de 90% da população, no entanto, as taxas de imunização no continente mantiveram-se em cerca de 70 a 75% durante a última década, de acordo com a organização.
Cerca de 9 milhões de crianças falham anualmente a toma de vacinas e uma em cada cinco crianças permanece desprotegida contra doenças evitáveis, que causam anualmente a morte a mais de 500 mil crianças com menos de 05 anos em África.