A MAAVIM, na defesa dos lesados dos Incêndios de Outubro de 2017, continua a reivindicar ajudas aos seus lesados e à população afetada.

Depois do enorme desastre ocorrido em Outubro de 2017 na nossa região, e pensando que após tantas promessas, a população afetada fosse ajudada e que fosse alvo de um plano de recuperação urgente, eis que nada passou de mais um plano de intenções.

Atualmente existem ainda centenas de famílias sem habitação e as habitações que entraram em contratação pela CCDR-C ainda não foram terminadas, passados 3 anos e 6 meses.

Existem Agricultores e produtores florestais que nunca tiveram nenhum apoio, ou pelos motivos de falta de abertura de candidaturas específicas para a sua atividade ou por falta de elegibilidade.

As acessibilidades que seriam um bem urgente para ajudar economicamente a região são as mesmas, e as promessas para executarem o IC6, IC7, IC12, IC37, Ligação a sul à IP3, entre outras não seguiram para obra e até foram retiradas do PRR, que seria uma forma mais rápida para executar estes investimentos que são prometidos à décadas e que teimam em não passarem de promessas.

Lembramos que relativamente a este assunto das acessibilidades, estas estavam previstas para atravessarem as zonas mais afetadas pelos incêndios de Outubro de 2017, nomeadamente na zona de Tábua (Candosa, Covas, Vila Nova de Oliveirinha), em Oliveira do Hospital (Travanca de Lagos, Oliveira do Hospital, Lajeosa, Lagos da Beira, Penalva de Alva, São Gião), em Seia (Torrozelo, Sandomil, Vide, Teixeira) no caso do IC6, no caso do IC7 freguesias de Seia, Gouveia e Celorico da Beira, no caso do IC12 freguesias do concelho de Nelas e Mangualde, no caso do IC37 freguesias de Seia, Nelas e Viseu. Já na ligação a Sul à IP3, as freguesias abrangidas seriam dos concelhos de Penacova, Vila Nova de Poiares, Lousã, Góis e Mirando do Corvo.

Também achamos estranho que só foram retiradas 4 obras do PRR a nível nacional, e 2 são na zona afetada pelos Incêndios de Outubro de 2017.  

Temos concelhos que não têm os PDM´S preparados para fazer tais investimentos.

Temos troços que não têm sequer estudo de impacto ambiental.

Enfim temos uma série de promessas que não passam disso, porque:

– de que valem as Infraestruturas de Portugal dizerem que vão lançar um concurso para estudo para uma parte do IC6, se até à data de hoje ainda não existem as peças concursais?

– de que vale ter um Ministro a dizer que as obras vão ter financiamento, se não informam para que data é a execução e quem vai fazer a obra?

– de que vale ter uma Ministra dizer que a obra vai ser feita e que quem vai pagar são os contratos do 5G, se não temos 5G e não temos obras?

– de que vale ter autarcas a dizer que vão ser feitas as obras, se não as adjudicam e não fazem 1 metro de obra à mais e 10 anos?

– de que vale falarem das linhas de ferrovia, se em 90% do território não temos linhas de ferrovia?

– de que vale falar em investir no Interior assolado pelos incêndios se os incentivos são para os que vêm de fora?

– de que vale falar de Coesão, se para as empresas locais poderem exportar ou para quem quer vir visitar-nos (em trabalho ou turismo) têm de pagar portagens e não tem acessibilidades dignas para o século XXI?

Enfim, continuamos a ser bafejados por dezenas de medidas, que na realidade são promessas que não vão cumprir, mas que alguém um dia as poderá vir a fazer, embora ninguém saiba como e quando. A União Europeia irá financiar projetos para aumentar as estações de metro em Lisboa e Porto, para a transição Energética e Digital, para a Habitação Social nas grandes áreas metropolitanas e nós estamos abandonados desde 2017, não tendo sequer acessibilidades, internet, telecomunicações, saúde, justiça, habitação, no fundo dignidade de Portugueses com iguais direitos.

Iremos continuar a lutar por todos os que foram afetados e pela região que as autoridades teimam em abandonar, em esquecer, mas que achamos coincidência que seja a mesma que foi afetada pelos incêndios de Outubro de 2017 e que tem planos para a conceção de minas de Lítio para as mesmas zonas afetadas.  

Queremos os apoios a quem tudo perdeu e contínua no território.