Janeiro de 2021 foi o mês que somou mais mortos nos últimos 12 anos, com 19.452 óbitos. Segundo os dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito, quase todos os dias se bateram novos máximos. Excluindo os primeiros quatro dias do mês, em todos os outros foi ultrapassado o valor máximo de óbitos registado em cada um dos dias do mesmo mês nos últimos 12 anos.

A tendência do primeiro mês do ano dá continuidade aos números registados em 2020, ano em que morreram mais de 123 mil pessoas em Portugal, o valor mais elevado desde os anos 60, quando os dados começaram a ser registados.

Apesar da covid-19 ter sido responsável por mais de metade das mortes em excesso no nosso país, a mortalidade não Covid aumentou 13% desde que chegou a pandemia.

Segundo um estudo do matemático Carlos Antunes, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, por cada 100 mortos provocados pelo novo coronavírus, morreram mais 47 pessoas por causas indiretas da infeção:

O pneumologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Carlos Robalo Cordeiro, esclarece algumas das causas desta mortalidade indiretamente ligada à covid-19:

Este responsável, que é também presidente da Sociedade Respiratória Europeia, diz que o mês de fevereiro vai ser pesado para os hospitais portugueses, num quadro de sobrecarga geral do Serviço Nacional de Saúde, pelo que o país não deve ter preconceitos em pedir ajuda:

Entretanto, o epidemiologista Milton Severo, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, diz que o pico desta terceira vaga já foi ultrapassado no Norte e Centro.

Em declarações à SIC Notícias, este especialista considera que o pico terá sido atingido nestas regiões a 24 de janeiro, ao contário da região de Lisboa e Vale do Tejo:

Pico da terceira vaga da pandemia de covid-19 já terá sido atingido nas regiões Norte e Centro, ao contrário de Lisboa e Vale do Tejo.