A Guiné-Bissau mergulhou num novo período de crise constitucional esta tarde, após o Presidente Umaro Sissoco Embaló ter sido detido no palácio presidencial, na sequência de tiroteios no centro da capital.
O próprio Embaló, que acusou o sucedido de ser um golpe de Estado, encontra-se detido, assim como o Chefe e o vice-Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e o ministro do Interior, todos alegadamente retidos no quartel-general.
Um Alto Comando Militar recém-formado anunciou na televisão estatal ter assumido o “controlo total” do país. Os militares declararam a deposição do Presidente e a suspensão de todas as instituições da República, incluindo a suspensão imediata do processo eleitoral em curso, cujos resultados eram aguardados após as eleições de domingo.
Como medidas de emergência, foram encerradas todas as fronteiras (terrestres, marítimas e aéreas) e decretado o recolher obrigatório das 19:00 às 06:00. O Comando Militar justificou a ação como uma resposta à descoberta de um plano de “destabilização” ligado a políticos e “barões de droga”, que visaria manipular os resultados eleitorais.
O Governo português já reagiu, expressando preocupação com a “interrupção do curso da normalidade constitucional” e apelando ao fim da violência e à retoma do apuramento dos resultados eleitorais. Este evento junta-se a uma longa lista de instabilidade no país, que registou pelo menos quatro golpes de Estado bem-sucedidos desde a independência em 1974.


