A ministra da Saúde realçou, esta segunda-feira, que o Governo admite que há vários cenários possíveis para o desconfinamento, apontando o ensino como o setor prioritário.

No entanto, no final da reunião no Infarmed, Marta Temido afirmou que este ainda não é o momento de falar de tempos e de modos de desconfinamento:

Numa reunião onde as boas notícias foram mais que as más, o vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador do grupo de trabalho do plano de vacinação anti-Covid, adiantou que a imunidade de grupo pode ser atingida em agosto:

À noite, na RTP3, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou que este é um confinamento de esperança, porque está a resultar:

O governante adiantou também quais os indicadores que podem levar ao desconfinamento, na altura certa:

Relativamente ao processo de testagem massiva, que já deveria ter começado, mas que apenas teve início às zero horas desta terça-feira, Lacerda Sales explicou, nesta entrevista à estação pública de televisão, qual a estratégia a seguir, nomeadamente nas escolas:

Entretanto, um grupo de cerca de uma centena de especialistas enviou uma carta aberta ao Presidente da República, onde apontam o início de Março como a altura indicada para o regresso à atividade, sugerindo várias medidas para que os alunos possam voltar à escola, de forma segura.

A carta aberta pede, já daqui a uma semana, a reabertura das creches e do pré-escolar, seguido do regresso faseado à escola, dos alunos do 1º e 2º ciclo.

Em declarações à Antena 1, um dos subscritores do documento, o virologista Pedro Simas, afirma que este é o momento certo para iniciar o desconfinamento, que deve começar pelas escolas:

Pedro Simas considera que os números são animadores para as próximas semanas, mas avisa que o desconfinamento deve ser feito com um cuidado extremo:

A economista Susana Peralta, que também assina a carta aberta, afirma que as interrupções letivas deixam marcas negativas no processo de aprendizagem:

O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, também é de opinião que o Governo deve começar a preparar o regresso seguro às escolas:

Para Gustavo Tato Borges, vice-presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, antes do regresso ao ensino presencial, Portugal precisa, com urgência, de um plano de testagem massiva na comunidade escolar:

Médicos, economistas e pais, entre outros, defendem regresso às aulas presenciais, de forma gradual e por faixas etárias, mas de forma segura, sobretudo através da realização de testes em massa.

Ora, o estado de emergência poderá ser prolongado durante mais 15 dias. Nesse sentido, o Presidente da República ouve os partidos políticos, hoje e amanhã.

Marcelo Rebelo de Sousa reuniu-se, esta terça-feira, a partir das 14:30, em audiências por videoconferência, com Iniciativa Liberal, Chega, PEV, PAN, CDS-PP e PCP.

Amanhã, será a vez do BE, PSD e PS. Na quinta-feira, o parlamento reúne-se para debater e aprovar a provável renovação do estado de emergência, que terá efeitos entre 02 e 16 de março e será a 12.ª declaração, na atual conjuntura de pandemia de covid-19. O atual período termina às 23:59 da próxima segunda-feira, 1 de março.