Marcelo Rebelo de Sousa falou este domingo sobre a situação económica do país.

Marcelo Rebelo de Sousa voltou a falar este domingo sobre a situação económica do país, lembrando que não tem havido “crescimento”.

Lembrando os alertas do BCE, afirmou que “o Governo deve gerir a situação das famílias” e que se deve “executar tudo até ao último cêntimo e com a máxima rentabilidade possível”.

“Há mais vida para além do défice e agora temos folga para essa vida”, afirma ainda Marcelo, falando novamente no “equilíbrio orçamental”. 

O Presidente da República considerou também que o Governo “tem plena noção” de que não pode deixar a dívida resvalar porque a paga no momento seguinte, encontrando-se a gerir o equilíbrio orçamental com “muito cuidado”.

“Com bom senso e gerido com prudência há, eu não digo folga, porque senão o governador do [Banco de] Portugal fica muito preocupado pelo lado de laxismo que isso podia dar, mas não tem havido laxismo, mas há uma plena noção de que não se pode deixar a dívida resvalar porque paga-se no momento seguinte”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em entrevista à TVI no Palácio Nacional de Belém.

Para o chefe de Estado, o Governo de António Costa tem gerido o equilíbrio orçamental com “muito cuidado” porque a pior coisa que podia acontecer era agora, além do contexto externo, da guerra, da crise externa, das dificuldades internas e da inflação haver um desequilíbrio das contas públicas.

Ano letivo “vai correr melhor”

Marcelo Rebelo de Sousa falou ainda sobre o regresso às aulas e lembrou que a questão dos professores é “complicada”, mas que acredita que este ano letivo vai correr melhor. 

“Acho que vai correr melhor, as pessoas aprendem, quer dizer, é evidente que ouvi ontem o senhor ministro da Educação dizer que havia quanto à colocação de professores dificuldades que ocorreram e que havia ajustamentos a fazer em termos de mapas de horários, mas que tencionava normalizar isso rapidamente”, sublinhou, dizendo ainda que “as greves fazem parte da vida democrática” e que o essencial é “manter o diálogo aberto”. 

Quanto ao tempo de recuperação dos docentes, “trata-se de uma questão complicada”, assevera.

“Chegou a haver uma posição fechada, depois houve elasticidade financeira e o Governo veio a permitir um reajustamento”, recordou, lembrando a alteração no diploma que vetou que permitirá “abertura ainda nesta legislatura”. 

Noutro tema, o Presidente da República assumiu que o problema da habitação é uma “corrida contrarrelógio”, apontando que após a confirmação do pacote Mais Habitação na Assembleia da República se seguirá a fase da regulamentação.

E acrescentou: “há uma lei, essa lei, daqui a 15 dias vamos admitir que é confirmada pelo parlamento, mas depois há um decreto-lei que permite agilizar as medidas administrativas que é preciso regulamentar”.

Estimando que isso se faz em um ou dois meses, o chefe de Estado salientou que, depois, “é preciso pôr de pé a construção do que depende do público, é preciso pôr de pé os estímulos aos privados e é preciso pôr de pé o que é cooperativo”.