João Rendeiro, ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), encontra-se em fuga às autoridades portuguesas e em parte incerta, mas, em declarações ao SAPO24, defendeu a mulher, Maria de Jesus Rendeiro, no caso das obras de arte arrestadas. O antigo banqueiro explicou que “só um erro de advogado” fez com que a esposa ainda fosse a fiel depositária destas.

“Como é evidente, era fiel depositária só de nome. Aliás, pensava que já não era”, declarou Rendeiro à publicação. E acrescentou: “Um advogado foi instruído para passar a guarda dos bens para meu nome. Fê-lo num processo, mas esqueceu-se de o fazer neste. A Maria ficou apenas como fiel depositária porque, na altura, eu estava no estrangeiro”.

Já questionado sobre as acusações do Ministério Público – de que houve falsificação ou descaminho das obras em causa -, João Rendeiro respondeu taxativamente: “O que quer que houvesse foi responsabilidade minha”.

Recorde-se que o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa determinou prisão domiciliária com pulseira eletrónica para Maria de Jesus Rendeiro. A mulher do ex-presidente do Banco Português Privado ficou ainda proibida de contactar com o presidente da ANTRAL, Florêncio de Almeida e com o filho, Florêncio Plácido.

A juíza de instrução aplicou uma das medidas de coação mais gravosas por considerar que havia perigo de fuga, perigo de perturbação do inquérito – nomeadamente para a aquisição, conservação e veracidade da prova -, e ainda o perigo de continuação da atividade criminosa.

Maria de Jesus Rendeiro está indiciada pelos crimes de desobediência, descaminho, branqueamento de capitais e de falsificação de documento. Foi detida no âmbito da operação D’Arte Asas dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal e executada pela Polícia Judiciária.

A mulher de João Rendeiro era fiel depositária dos quadros arrestados ao ex-banqueiro, considerando o tribunal que esta sabia das falsificações e do desvio das obras.