O Executivo Municipal de Mira e a Comissão de Acompanhamento visitaram a futura ETAR de Cochadas-Cantanhede, acompanhando a evolução da obra, no valor de 9 milhões de euros cofinanciada pelo POSEUR.

A Administração da Água do Centro Litoral (AdCL), recebeu, ontem, no dia 20 de maio, na obra da futura estação de tratamento de águas residuais (ETAR) de Cantanhede, o presidente da Câmara Municipal de Mira, Artur Fresco, os vereadores Bruno Alcaide e Madalena Santos, os Presidentes da Junta de Freguesia de Mira e da Praia de Mira e ainda a Comissão de Acompanhamento, onde acompanharam o ponto de situação da empreitada.

Esta obra surge da necessidade em solucionar o saneamento nos municípios de Cantanhede e Mira, onde o extenso emissário que recebe os efluentes dos dois municípios, é encaminhado para a ETAR de Ílhavo, onde se registam excesso de caudais. A situação é especialmente crítica no inverno em resultado do enorme volume de efluentes pluviais oriundos das redes municipais que, em conjunto com os efluentes industriais, excedem os volumes do dimensionamento do emissário, resultando em descargas.

“Esta visita pretendeu fazer um acompanhamento desta empreitada crucial para os municípios de Mira e Cantanhede, prevendo-se o arranque da ETAR ainda neste 1.º semestre”, adiantou o Presidente do Conselho de Administração da AdCL, Alexandre Oliveira Tavares. “A AdCL, sempre no Lado certo da História, está empenhada na boa execução da obra”, conclui.

O Presidente da Câmara Municipal de Mira, Artur Fresco, agradeceu o convite e a presença e disponibilidade de toda a equipa envolvida para explicar e esclarecer o desenvolvimento dos trabalhos. “Esta é uma das obras mais importantes para o território de Mira e que irá garantir benefícios do ponto de vista ambiental para o nosso concelho. Tem sido uma luta de anos na defesa da resolução dos problemas ambientais nas nossas valas. Finalmente teremos em breve o problema das descargas na Vala Real resolvido com esta ETAR a funcionar em pleno.“

A Empreitada de Conceção-Construção da ETAR de Cantanhede, representa um investimento de mais de 9 milhões de euros, cofinanciada pelo POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, e foi consignada, em janeiro de 2023, ao consórcio “Espina & Delfin/ Factor Ambiente”, estando a fiscalização dos trabalhos a cargo da empresa RIOBOCO – Serviços Gerais, Engenharia e Manutenção, S.A.

Além da construção da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), a AdCL conclui, também, a Empreitada de aumento da capacidade das infraestruturas, num valor de 3,7 milhões de euros, igualmente cofinanciado pelo POSEUR, obras que visam reforçar o Sistema de Saneamento da Ria Sul-Aveiro e solucionar o saneamento nos municípios de Mira e Cantanhede.

As duas empreitadas, que representam um valor total de cerca de 12,8 milhões de euros, cofinanciado pelo POSEUR, incluem a construção da estação de tratamento de águas residuais (ETAR) de Cantanhede e de 1,2 km de emissários de saneamento e ainda o aumento de capacidade das cinco (5) estações elevatórias existentes (Pocariça (CT1); EE Pisão (CT2); EE Catarinões (CT3); EE Taboeira (CT5); EE Casal dos Netos (CT6)).

A ETAR de Cantanhede

A ETAR de Cantanhede irá servir as áreas do município de Cantanhede, que atualmente são abrangidas pelo subsistema Ria Sul-Aveiro e a zona de ampliação da cobertura “em baixa” desse município, nomeadamente as localidades de Ourentã, Cantanhede, Pocariça, Febres, Cadima, Sanguinheira e São Caetano e Tocha.

A infraestrutura está dimensionada para tratar 14.688 m3/ dia de águas residuais provenientes de 21.900 habitantes-equivalentes de população doméstica e de 15.100 habitantes-equivalentes de efluente industrial.

A nível de tratamento, o processo é baseado num sistema de lamas ativadas operando em regime de arejamento prolongado, em reatores de funcionamento contínuo, precedido de um poço de grossos, gradagem grossa, elevação inicial, tamisação, desarenamento/ desengorduramento e tanque de homogeneização/ equalização. O efluente tratado será clarificado numa etapa de decantação secundária, seguida de filtração em areia e desinfeção ultravioleta (tratamento terciário). Já o tratamento biológico contemplará, ainda, a remoção biológica de azoto e fósforo, sendo complementado por uma etapa de remoção química de fósforo.

O tratamento da fase sólida (lamas) será constituído por uma etapa de espessamento mecânico das lamas em excesso produzidas na instalação, precedido de tanque de lamas por espessar, seguido de um tanque tampão de lamas espessadas e de uma etapa de desidratação mecânica em centrífugas, com armazenamento das lamas desidratadas em silo.