A Direção-Geral da Saúde recomenda a vacinação das crianças entre os 5 e os 11 anos, com prioridade para os menores com doenças consideradas de risco para a covid-19.

A vacina a utilizar será a Comirnaty, da Pfizer, que tem parecer positivo da Agência Europeia de Medicamentos para a formulação pediátrica.

Num comunicado enviado às redações, esta terça-feira, a DGS adianta que a recomendação surge na sequência da posição da Comissão Técnica de Vacinação contra a COVID-19, que considerou, com base nos dados disponíveis, que a avaliação risco-benefício, numa perspetiva individual e de saúde pública, é favorável à vacinação das crianças desta faixa etária.

Em Portugal, há cerca de 640 mil crianças elegíveis para a vacinação. Manuel Carmo Gomes, da Comissão Técnica da Vacinação contra a Covid-19, defende a urgência de vacinar as crianças dos cinco aos 11 anos. Segundo revelou o especialista, em entrevista à RTP,  há uma média de 450 casos por dia de crianças nestas idades:

Para Manuel Carmo Gomes, a vacinação servirá, sobretudo, para proteger as próprias crianças:

Este especialista defende que é preciso pensar na saúde mental das crianças, em evitar surtos escolares, na ansiedade dos pais e na Covid longa, que também poderá afetar crianças:

Excertos da entrevista de Manuel Carmo Gomes, da Comissão Técnica da Vacinação contra a Covid-19, à RTP, onde o especialista explicou os benefícios da vacinação das crianças dos 5 aos 11 anos de idade. O tema, já se sabe, não é consensual.

Também entrevistada pela televisão pública, a presidente da Sociedade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Cristina Camilo, considera que não se justifica a vacinação em massa das crianças nesta faixa etária:

Cristina Camilo defende que apenas faz sentido considerar a vacinação de crianças com comorbilidades:

Vacinação das crianças dos 5 aos 11 anos de idade não é consensual, apesar da DGS ter recomendado a sua administração, com base no parecer da Comissão Técnica de Vacinação contra a COVID-19.