No próximo dia 1 de junho, quarta-feira, às 17h00, o historiador Luís Trindade estará no Convento São Francisco à conversa com Ana Bigotte Vieira, curadora da exposição “Dança em Coimbra?! – Para uma Timeline a Haver”. O historiador Luís Trindade parte da investigação que serviu de base à exposição para, através dos materiais expostos, traçar algumas linhas da história cultural do séc. XX português. O enfoque na dança em Coimbra torna-se assim uma lente para abordar cultura erudita e popular, nacional e internacional, prática e ensino artístico, censura e comportamentos corporais. O acesso é gratuito mediante levantamento de bilhete.  

Apresentada no âmbito do festival Abril Dança em Coimbra, a exposição “Dança em Coimbra?! Para uma Timeline a Haver – Genealogias da dança como prática artística em Portugal (ed. VI)” pretende contar episódios da história da dança em Portugal que se cruzam com a cidade de Coimbra. Com curadoria de Ana Bigotte Vieira e João dos Santos Martins e conceção gráfica de Marco Balesteros, a exposição pode ser visitada até 26 de junho, de quarta a segunda-feira, das 15h00 às 20h00. A entrada é livre.

“Dança em Coimbra?!” é um projeto contínuo de investigação de práticas, arquivos e memória da dança em Portugal, que passa agora a inscrever momentos da história da dança na cidade, desde a passagem da Merce Cunningham and Dance Company, em 1966, até ao trânsito das gerações fundadoras da Nova Dança Portuguesa, na década de 90. Nas palavras dos curadores Ana Bigotte Vieira e João dos Santos Martins a exposição é “um exercício de cronologia comparada que procura dar a ver os modos como a apresentação e o ensino de dança na cidade, sempre vistos como algo exterior (não autóctone), se interligam com tensões maiores”. 

Organizada em três núcleos, a exposição aborda “por um lado, os anos de formação de Madalena Biscaia Farinha (mais tarde Perdigão) em Coimbra e a década de 1950, enquadrando as atividades das associações musicais a que pertence e dos grupos universitários TEUC e CITAC. Por outro, o fim dos anos 1960 e a vinda de Merce Cunningham e de outras companhias de fôlego ao Teatro de Gil Vicente (mais tarde TAGV) em plena agitação estudantil e ao lado da atividade do CAPC e da emergência da performance arte. Por fim, o surgimento da chamada “Nova Dança Portuguesa” na década de 1990 que coincide com o apogeu da Bienal Universitária de Coimbra, numa altura em que a cidade era um ponto expressivo da contracultura no país”, como também referem os curadores. 

Luís Trindade é professor de história contemporânea na Universidade de Coimbra, onde também desempenha funções como vice-coordenador do Centro de Estudos Interdisciplinares. Entre 2007 e 2019, lecionou na Universidade de Londres (Birkbeck College). Publicou “O Estranho Caso do Nacionalismo Português. O salazarismo entre a política e a literatura” (2008), “Narratives in Motion. Journalism and modernist events in 1920s Portugal” (2016) e “Silêncio Aflito. A sociedade portuguesa através da música popular (dos anos 40 aos anos 70)” (2022). Tem desenvolvido pesquisa nas áreas do nacionalismo, marxismo, cinema e outros aspetos da cultura popular em Portugal no século XX.

O acesso à conversa é gratuito mediante levantamento de bilhete, na Bilheteira do Convento São Francisco, entre 15h00 e as 20h00.