A Assembleia da República aprovou, esta manhã, o decreto presidencial, que renova o estado de emergência, por mais 15 dias.
A proposta de Marcelo Rebelo de Sousa, que já tinha merecido parecer positivo do Governo, foi aprovada com os votos favoráveis do PS, PSD, CDS/PP, PAN e deputada não inscrita Cristina Rodrigues, contra de PCP, Verdes, Chega, Iniciativa Liberal e deputada não inscrita Joacine Katar Moreira e abstenção do Bloco de Esquerda.
Nesta altura, decorre a reunião do Conselho de Ministros para decidir as medidas a implementar nos próximos trinta dias.
O confinamento é inevitável, devido aos números da pandemia, como referiu ontem o primeiro-ministro, no final da reunião com especialistas, no Infarmed:
Um dos assuntos que dividiu os cientistas foi a possível suspensão das aulas presenciais para os alunos a partir dos 12 anos. A decisão será tomada hoje, mas António Costa não colocou esse cenário de parte:
O tema não é pacífico, nem dentro do Governo. Ontem, no Parlamento, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues afirmou que fechar escolas é fechar as portas à aprendizagem:
Nesta audição parlamentar, o governante anunciou que vão ser comprados mais 75 mil computadores para serem colocados nas escolas.
Um dos participantes na reunião no Infarmed foi o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, que traçou um quadro grave da situação a partir de meados deste mês, mesmo com a adoção de medidas mais restritivas:
Baltazar Nunes, investigador do Instituto Ricardo Jorge, comparou os resultados previsíveis, consoante o confinamento de duas ou quatro semanas:
Alguns dos dados apresentados pelos especialistas, na reunião desta terça-feira no Infarmed.
Em relação aos últimos números conhecidos, o boletim de ontem da Direção-Geral da Saúde revela que, até às 24 horas de segunda-feira, houve 7.259 testes positivos à Covid-19, 155 mortes e 6.028 recuperados. Estavam internados 4.043 doentes, mais 60 em relação a segunda-feira, dos quais 599 em cuidados intensivos, mais 32 face ao dia anterior. Os dados relativos às últimas 24 horas serão divulgados daqui a pouco.
O anúncio das medidas a implementar nos próximos trinta dias está marcado para as 16 horas.