Durantes todos estes meses levantámos os problemas vividos e sentidos pelas populações no terreno e assistimos a promessas e compromissos vindos de toda a parte.
Desde o Presidente da República, o Primeiro-Ministro, o Ministro da Agricultura e Floresta, a Ministra da Agricultura, o Ministro do Planeamento e Infraestruturas, o Ministro da Administração Interna, o Ministro do Planeamento, a Ministra da Coesão Territorial, a CCDR-C e até a União Europeia.
Algumas coisas foram feitas em diversas áreas, mas continuamos com muito por fazer.
Continuamos com:
- Milhares de Agricultores que nunca receberam ajudas;
- Centenas de empresas, especialmente na área florestal, que não receberam qualquer apoio e levaram muitas famílias a ficar sem posto de trabalho;
- Dezenas de famílias que nunca receberam apoio para a sua habitação, mesmo depois de tantas promessas.
- Plano de reflorestação e desenvolvimento regional das zonas afetadas pela catástrofe de 2017.
PROMETERAM-NOS O VERDE E FICÁMOS COM AS CINZAS.
Na Agricultura e Floresta:
– Existem milhares de agricultores que nunca receberam os apoios prometidos, mesmo tendo feito o requerimento indicado pelo MAFDR;
– Estão Milhões de Euros por entregar segundo a propaganda emitida pelo MAFDR;
– Existem ainda candidaturas por validar do 6.2.2. e outras que foram chumbadas, passados 4 anos;
– Projetos que nunca foram pagos, sendo a ultima listagem de 22 de Agosto de 2018. Quanto não foi pago e quanto foi para outras regiões onde nada ardeu, como o caso do VITIS?;
– Existem candidaturas por abrir, principalmente para a perda do Potencial Produtivo da Floresta e apoio na Agricultura;
– Não existe programação para a nossa floresta e já temos o dobro das plantações de eucaliptos, que tínhamos antes de Outubro de 2017;
– Mais de 200 Milhões de Euros vieram da EU para ajudar nas perdas dos proprietários florestais e onde estão aplicados??? Em que região?;
-Em 2018 Capoula Santos falou que foram pagos mais de 66 milhões de Euros aos Agricultores. Onde estão?
– Os parques de madeira criados, já comunicaram quanto pagaram aos produtores florestais?
No Planeamento e Infraestruturas:
– Ainda não foram pagos 20% das candidaturas aprovadas na área da Industria, passados 4 anos, segundo o ultimo relatório que é de 15 de Dezembro de 2020!!!;
– Existem candidaturas de empresas com perdas, que foram chumbadas;
– Estão centenas de pessoas sem casa, que em Outubro de 2017 perderam tudo e a CCDRC chumbou os seus processos, enquanto outros têm habitações onde anteriormente não existiam; E se a desculpa é a legalização, então como foram outras construídas exatamente com os mesmos problemas?
– Ainda existem pessoas em Roulotes, que o Ministro Pedro Marques disse não existirem em 2018…
– Existem diversas habitações sem água, luz e saneamento ligado e em outras foram as famílias que pagaram essas infraestruturas, quando eram da responsabilidade da CCDR-C.
– Existem crianças que desde Outubro de 2017, ficaram sem casa e nunca mais foram para a Escola;
– Existem idosos que ficaram sem habitação e foram colocadas em lares, para não serem um “encargo”;
– Estão algumas Autarquias ainda com dinheiro nas contas solidárias, que não entregaram 1 cêntimo aos lesados, 4 anos depois, como o caso de Tábua e Seia, qual é a desculpa?;
– As infraestruturas e o património estão completamente abandonados, mesmo com o apoio de 50,6 milhões do FSUE que em muitos casos não foi usado para as reais obras afetadas pelos incêndios, sendo até usado para obras que não eram prioritárias, por serem edíficios abandonados já antes dos Incêndios.
– Quanto foi gasto no apoio ás 2ªs habitações? Alguém sabe? Quantas habitações foram feitas?
Falam agora de colocar as habitações que ficaram de fora dos apoios no plano de construção de recuperação de habitações do PRR. Então e os apoios prometidos, foram para onde?
Quanto custaram as obras das habitações que ficaram a cargo da CCDR-C? Até ao ultimo relatório de 28 de Setembro de 2021 nunca foi revelado o preço gasto. Os milhões foram gastos, mas muitas das habitações dos contratos nunca foram executadas.. Onde está o dinheiro das habitações que não foram feitas?
Entre 1 de Outubro de 2020 e 28 de Setembro de 2021, segundo os relatórios da CCDR-C foi feita uma habitação…
As acessibilidades que seriam um bem urgente para ajudar economicamente a região são as mesmas, e as promessas para executarem o IC6, IC7, IC12, IC37, Ligação a sul à IP3, entre outras não seguiram para obra e até foram retiradas do PRR, que seria uma forma mais rápida para executar estes investimentos que são prometidos à décadas e que teimam em não passarem de promessas.
Ainda esta semana o Ministro Pedro Nuno Santos disse que Bruxelas não aceita mais estradas, mas em outras regiões do país as estradas continuam a ser construidas com dinheiro do Estado ou da UE.
Foram criados apoios para virem viver para o Interior, mas e os que cá estão e que cuidam do território não merecem apoios e respeito por cá se manterem? A Ministra da Coesão territorial, Ana Abrunhosa, esqueceu todas as promessas enquanto presidente da CCDR-C e não acabou o trabalho. Agora ainda acentua mais as diferenças entre Interior e Litoral de Portugal, acentuando a descoesão territorial de Portugal.
Continuam a sair pessoas do Interior para o Litoral e para o Estrangeiro por falta de condições e medidas de apoio a quem está no território, tendo todo o processo acelarado após os Incêndios.
Foi criada a Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar à atuação do Estado na atribuição de apoios na sequência dos incêndios de 2017 na zona do Pinhal Interior, e que resultado já teve para os lesados dos Incêndios de Outubro de 2017, sim porque só se houve a falarem de Pedrogão, mas dos Incêndios de Outubro de 2017 nada se sabe. Haverá inquérito e culpados?
O crescimento descontrolado de Eucaliptos, Acácias e outras espécies, antevê no futuro episódios muito maus para a região.
Onde está aplicada no terreno a prevenção contra os Incêndios, que deve ser feita no Inverno?
Onde está o apoio aos residentes, e às forças de combate (Bombeiros Voluntários), durante as épocas críticas, se o que vemos é cada vez a criação de mais lugares de gabinete e chefias. Passámos recentemente de 3 Ministérios (Agricultura e Floresta + Ambiente + Infraestruturas e Planeamento), para termos agora 5 Ministérios para lidar com o nosso território de baixa densidade (Agricultura + Ambiente (Floresta) + Planeamento + Infraestruturas + Coesão Territorial). Assim “a culpa morre sempre solteira”, como o povo diz, e nunca existem responsáveis.
Será que a pandemia também tem culpa na desculpa para o apoio as populações?
Os culpados existem e estão identificados.
Continuamos Abandonados. Continuamos com promessas que o vento levou.
Queremos JUSTIÇA CONTRA OS CULPADOS.
Continuamos sem ter culpados. Nós não somos culpados, somos vítimas.
