A utilização de Drones – aparelhos aéreos não tripulados – para recolher lixo depositado nas praias costeiras portuguesas é o objetivo dos investigadores da Universidade de Coimbra para 2022.

A equipa de investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores de Coimbra tem em curso, desde 2018, um projeto de localização e mapeamento do lixo marinho em três areais da Figueira da Foz, mas a ideia é que os ‘drones’ possam recolher os detritos acumulados na praia e nas dunas circundantes, constituídos, maioritariamente, por resíduos de plástico.

Na sessão de demonstração, realizada na praia da Leirosa, no sul do concelho da Figueira da Foz, litoral do distrito de Coimbra, Gil Gonçalves, docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e investigador do INESC avançou que “O futuro é obviamente os ‘drones’ limparem as praias, já não estamos muito longe. Esta primeira etapa é de mapeamento e localização do lixo e numa segunda etapa irá um ‘drone’ mais potente, com uma mão robotizada, pegar no lixo e trazê-lo. O lixo menos pesado”.

De acordo com informação disponibilizada pela Universidade de Coimbra, a investigação em curso, que inclui também cientistas do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE-UC) e Universidade Nova de Lisboa (NOVA.ID_MARE), utiliza “sensores óticos e multiespectrais para a deteção, busca e inspeção autónoma de lixo marinho em áreas costeiras”.

Por outro lado, Gil Gonçalves, realçou que o projeto engloba dois aparelhos aéreos distintos: um ‘drone’ de baixo custo (‘low-cost’), idêntico aos disponíveis comercialmente a qualquer interessado, que regista a “abundância” de lixo existente nas praias, isto é, permite perceber a quantidade existente e outro aparelho “mais caro” que serve para caracterizar o tipo de lixo, como saber se é plástico, esferovite ou outro material.

O sistema utiliza igualmente componentes de inteligência artificial para “categorizar automaticamente o lixo” e permitir a sua recolha, agora ainda com recurso aos meios tradicionais.

Um ‘drone’ com capacidade para retirar lixo da praia, como o que Gil Gonçalves espera que possa existir depois de 2022, “será ainda mais ‘high cost’, mais alto custo, porque tem de ser robotizado, tem de ser programado”, antecipou.