Um milhão e 300 mil alunos, do primeiro ao 12º anos do ensino público, voltam às escolas, até sexta-feira. No entanto, cerca de 60 mil estudantes vão ter, pelo menos, um professor em falta, sendo que mais de metade dos horários por preencher são nos distritos de Lisboa e Setúbal, que concentram 59 por cento dos professores em falta. Segundo os dados do Sistema Interativo de Gestão de Recursos Humanos da Educação, outros nove por cento dizem respeito a Faro. Em declarações à RTP, o ministro da Educação disse que, desde sexta-feira, foram preenchidos, pelo menos, 100 horários letivos, através do mecanismo de contratação das escolas:

João Costa faz um balanço positivo do início do ano letivo, embora admita que não começa como desejaria:

No entanto, apesar do otimismo do governante, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, teme que a falta de professores seja uma nuvem negra no início do ano letivo:

De referir que, nas escolas públicas, desde o pré-escolar até ao ensino secundário, há, este ano, cerca de 150 mil educadores de infância e professores. Ainda assim, a Federação Nacional de Professores, pela voz do seu secretário-geral, diz que as medidas do Governo continuam a estar muito longe das adequadas. Ouvido pela Antena 1, Mário Nogueira diz mesmo que apenas “fazem cócegas aos problemas”:

Este responsável considera que, devido à inflação, existe o risco dos professores não irem trabalhar, por falta de dinheiro para combustível, por exemplo:


Por sua vez, a Federação Nacional de Educação acusa o Ministério de não ter feito o trabalho de casa, nomeadamente na estabilização do corpo docente:

João Dias da Silva destaca ainda a precariedade, sublinhando a questão dos docentes deslocados, com duplicação de despesas:

Alunos vão regressando às aulas. Pela primeira vez em dois anos, o regresso é feito sem restrições impostas pela pandemia.