Os alunos do ensino secundário em Portugal tiveram mais aulas à distância devido à pandemia de Covid-19 do que a média dos estudantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), com as escolas encerradas durante 92 dias.

Em Portugal, o encerramento das escolas começou em meados de março de 2020, poucos dias depois de ter sido conhecido o primeiro caso positivo de infeção no norte do país.

Ainda no final desse mesmo ano letivo, os estudantes do 11.º e 12.º anos foram os únicos a regressar às salas de aula para se poderem preparar para os exames nacionais.

Feitas as contas, os alunos portugueses tiveram as escolas encerradas menos nove dias do que a média da OCDE.

O relatório indica ainda que os alunos portugueses do 3.º ciclo (do 7.º ao 9.º ano) como aqueles que ficaram mais tempo sem entrar na escola: 97 dias. Foram mais cinco dias do que a média dos países da OCDE.

Entre 1 de janeiro de 2020 e 20 de maio de 2021, as pré-primárias estiveram totalmente encerradas durante 69 dias, enquanto as escolas do 1.º e 2.º ciclo se mantiveram fechadas durante 87 dias.

As famílias portuguesas tiveram as crianças do pré-escolar mais seis dias em casa e os alunos até ao 6.º ano mais nove dias do que a média da OCDE.

Apesar de a grande maioria dos alunos permanecer em casa, com aulas online, a tutela decidiu manter alguns estabelecimentos de ensino abertos.

Quando começou o primeiro confinamento, uma elevada percentagem de alunos não tinha equipamentos para se ligar à escola e Portugal surge agora no relatório como um dos 22 países que distribuiu computadores pelos estudantes e entre os 29 países que lançou medidas para incentivar os alunos desfavorecidos ou vulneráveis a regressar à escola.