O Ciclo Guerra por Correspondência — que acontecerá, entre os dias 29 e 31 de março — reúne um conjunto de atividades que colocam em debate a relação entre conflitos armados que ocorreram no espaço colonial português e os modos de comunicação interpessoal que envolveram militares mobilizados para a Guerra.
No dia 29 de março, às 18h00, será altura para o Debate Guerra por Correspondência. Partilhamos, por um lado, o testemunho de quem foi mobilizado para a Guerra Colonial Portuguesa, por outro, a investigação de Joana Pontes sobre 13 anos de correspondência entre militares mobilizados para a Guerra Colonial e seus familiares que ficaram em Portugal. O debate será feito com Joana Pontes (documentarista), José Fernando Correia (ex-combatente), Ricardo Correia (criador do espetáculo Cartas da Guerra 61-74) e moderado por Fernando Matos Oliveira (TAGV).
Nos dias seguintes, 30 e 31 de março, o encenador e ator Ricardo Correia contamina o documental e o ficcional para investigar o passado colonial português. A nova criação Cartas da Guerra (61 — 74) fala-nos de um filho, no tempo presente, 2023, que escreve uma carta ao pai em 1973. Um diálogo com cinquenta anos de atraso. Um filho que procura o seu pai com os seus 20 anos. Uma odisseia sobre a Guerra Colonial Portuguesa. Apoiado na mobilização do seu pai na Guiné-Bissau em 73/74, bem como na investigação de Joana Pontes sobre 13 anos de correspondência entre militares mobilizados para a Guerra Colonial e seus familiares que ficaram em Portugal, e uma ampla bibliografia temática, esta investigação da correspondência da Guerra trocada à época, que revela o que ficou nas entrelinhas e escapou à censura do regime fascista português – as lacunas, subjetividades e silêncios de uma Guerra que ainda hoje continua guardada dentro de cada um.
Com texto, encenação e espaço cénico de Ricardo Correia, a interpretação é de Cláudia Carvalho, Fábio Saraiva, Luís Pedro Madeira, Matilde Fachada e Ricardo Correia, e música e desenho de som de Luís Pedro Madeira, será apresentado no Cine Teatro de Estarreja, ACERT, Teatro Académico de Gil Vicente e Teatro Municipal de Ourém.
Cartas da Guerra (61 — 74), espetáculo da Casa da esquina, é uma coprodução do Cineteatro de Estarreja, ACERT (Tondela), Teatro Académico de Gil Vicente (Coimbra), no âmbito da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses da DGARTES Direção Geral das Artes.
O texto Cartas da Guerra (61—74) foi apresentado na Escola Secundária D. Dinis (10 janeiro 14h00), no âmbito do Clube de Leitura Teatral (iniciativa conjunta do Teatro Académico de Gil Vicente e A Escola da Noite)