A UNICEF alerta que quase metade das 3,2 milhões de crianças ucranianas ainda no país estão em risco de não ter comida e água suficiente, salientando que Mariupol e Kherson são as cidades mais carenciadas.
De acordo com o diretor da UNICEF, Manuel Fontaine, até ao passado domingo, mais de 140 crianças tinham sido mortas na guerra na Ucrânia e mais de 220 crianças tinham sofrido ferimentos, sendo que os números, admitiu o representante, “são provavelmente muito maiores”.
Num momento em que todos os sistemas que ajudam as crianças a sobreviver também estão sob ataque, centenas de escolas e instalações educacionais foram atacadas ou usadas para fins militares, lamentou ainda o diretor da UNICEF.
A agência da ONU para as crianças informou que o encerramento de escolas em toda a Ucrânia está a afetar a aprendizagem – e o futuro – de 5,7 milhões de crianças em idade escolar e 1,5 milhões de estudantes do ensino superior.
Outro dos problemas que está a deixar a UNICEF sob alerta é a possibilidade de abusos e tráfico de crianças durante o conflito.
Recorde-se que a Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que provocou pelo menos 1.842 mortos e 2.493 feridos entre a população civil. A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos.
Esta trata-se da pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.