A Biblioteca Municipal de Cantanhede foi palco esta quinta-feira, 6 de julho, do I Encontro Educ@rteNatureza – As Raízes. Trata-se de um projeto desenvolvido pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra em parceria com a Universidade Aberta e Município de Cantanhede, que visa a criação de um modelo de educação através da natureza.
Trata-se de um manual de boas práticas que privilegia a intervenção-ação, mas que a longo prazo preconiza uma componente teórica, através da criação de uma área transdisciplinar no ensino superior relativamente à Literacia Ambiental.
Ao intervir na sessão de abertura deste encontro, a presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, congratulou-se com o facto de ver a Educação Ambiental ser colocada na ordem do dia, “sentimento este reforçado por constatar a abordagem pioneira do projeto Educ@rteNatureza, que nos permitirá, por certo, abrir novos caminhos neste domínio”.
A autarca enumerou, despois, um conjunto de ações pedagógicas que o Município tem desenvolvido em tornos das questões ambientais, terminando com um apelo à sensibilização das gerações mais novas.
“Na Educação Ambiental, a criança é vista como um agente multiplicador, ou seja, ela é que vai fazer com que os adultos alterem os seus comportamentos. Não tenho dúvidas que será através da educação dos mais jovens para as questões ambientais que dependerá o futuro da nossa Casa Comum, pois são já visíveis os efeitos das alterações climáticas no nosso planeta”, concluiu.
Presente na sessão, o economista e antigo ministro António Bagão Félix, apaixonado confesso da Botânica, deixou a sua “visão romântica” do mundo das árvores e plantas.
A atestá-lo as mais de 250 espécies diferentes que tem no seu refúgio no Alto Alentejo e os vários livros publicados em torno desta remática.
Com uma intervenção baseada em citações do seu mais recente livro “Natureza de Poesia”, escrito a quatro mãos com Ana Paula Figueira, António Bagão Félix abordou a interação entre os seres humanos e a natureza.
“Escrevi sobre o meu sentir de um outro mundo que também é o mundo: o arbóreo”, sintetizou, lamentando o certo distanciamento que o cidadão comum tem em relação às temáticas ligadas à Botânica.
“As pessoas sabem o nome do vizinho do 5.º andar, mas não o nome da árvore que têm à porta de casa há muitos anos. A melhor forma de amar uma árvore é saber o seu nome”, enfatizou.
A apresentação do projeto Educ@rteNatureza esteve a cargo de Teresa Pessoa e Ricardo Almeida, contando ainda a sessão com uma palestra de Ana Rita Vasques sobre “Educação para a Sustentabilidade”.
O Encontro terminou com um momento musical pela Associação Musical da Pocariça.