O Presidente da República admite decretar o Estado de Emergência, mas afasta a ideia de um confinamento total.

Em entrevista à RTP, a noite passada, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o país não aguenta um novo confinamento:

O Chefe de Estado reconhece que houve erros na gestão da pandemia e atrasos na preparação da segunda vaga e assumiu a responsabilidade “suprema” pelos erros cometidos:

Marcelo avisa ainda que uma crise política irá piorar a resposta à pandemia e não faz cair o Governo, porque o Presidente não pode dissolver o Parlamento e apontou o anúncio de uma eventual recandidatura para o final deste mês, após a marcação da data das presidenciais:

Alguns dos temas abordados na entrevista do Presidente da República à RTP, a noite passada. Marcelo Rebelo de Sousa admite declarar o Estado de Emergência, com carácter, sobretudo, preventivo, afastando a ideia de um confinamento geral.

Recorde-se que a proposta foi entregue ontem, ao Chefe de Estado, pelo primeiro-ministro e justificada, assim, por António Costa:

Marcelo Rebelo de Sousa ouviu, também ontem, os partidos com assento parlamentar para conhecer a sua posição. PS, PSD, CDS e PAN mostraram-se favoráveis a um estado de emergência, mas limitado; a Iniciativa Liberal considera improvável apoiar estado de emergência mas aguarda decreto; o Chega recusa “confinamento total” e quer Estado a pagar perdas das empresas; os Verdes têm “reservas e dúvidas” sobre a necessidade do estado de emergência e o BE não considera o estado de emergência necessário, mas diz que irá analisar o texto que será apresentado ao Parlamento.

O PCP foi o único a manifestar-se contra o estado de emergência, que considera “desnecessário”.

Ontem, na entrevista à televisão pública, o Presidente da República revelou que está garantido o apoio de dois terços dos deputados ao decreto que prevê o estado de emergência. Entretanto, o Governo recuou na decisão de proibir as feiras e decidiu permitir a sua realização mediante duas condições.

A primeira é uma autorização da autarquia local e a segunda é que os eventos cumpram as normas da Direção Geral de Saúde.