O auditório do Edifício Atlas, em Aveiro, foi palco esta tarde de um evento dedicado à valorização do património cultural imaterial, com um foco especial na preservação do Barco Moliceiro, símbolo distintivo da região. Organizado pela Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), o encontro reuniu especialistas e líderes locais para discutir o futuro desta emblemática embarcação.

A abertura do evento contou com as intervenções de José Ribau Esteves, Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Joaquim Manuel Baptista, Presidente do Conselho Intermunicipal da CIRA, e Maria Antónia Amaral, Chefe de Divisão de Cadastro, Inventário e Classificação do Património Cultural, I.P. Durante os discursos, foi destacada a necessidade urgente de medidas que garantam a continuidade da construção artesanal do Barco Moliceiro, fundamental para preservar a autenticidade cultural da região.

O ponto alto do evento foi a apresentação do processo de candidatura do “Barco Moliceiro: Arte da Carpintaria Naval da Região de Aveiro” à UNESCO, conduzida por José Eduardo de Matos, Secretário Executivo da CIRA. Durante a intervenção, Matos sublinhou o valor histórico e cultural do moliceiro, bem como a importância de envolver a comunidade local na salvaguarda desta tradição. “O Barco Moliceiro não é apenas um símbolo de Aveiro, mas também uma peça fundamental do património cultural imaterial de Portugal”, afirmou.

No painel sobre boas práticas de salvaguarda, foram apresentadas estratégias que poderão servir de inspiração para a preservação do moliceiro, como as iniciativas de valorização do Carnaval de Podence e a pesca nas pesqueiras do Rio Minho. Estas experiências reforçaram a necessidade de articulação entre o poder local, comunidades e organismos nacionais na proteção do património.

O evento encerrou com a reafirmação do compromisso das entidades presentes em promover o Barco Moliceiro como um ícone da cultura portuguesa, projetando-o para o futuro enquanto recurso cultural e turístico de excelência.

A CIRA espera que a candidatura à UNESCO contribua não só para a proteção desta tradição, mas também para aumentar a visibilidade internacional de Aveiro como um destino cultural.