Portugal entrou em fase epidémica de gripe, com um aumento progressivo dos casos confirmados, incluindo internamentos em unidades de cuidados intensivos (UCI), alertou o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
De acordo com Raquel Guiomar, responsável pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios do INSA, os dados da semana 48, iniciada a 24 de novembro, revelam um aumento da atividade gripal, que atingiu 10,5 casos de infeções respiratórias agudas graves por 100.000 habitantes. Os grupos etários mais afetados foram crianças até aos quatro anos e pessoas com 65 anos ou mais, sendo este último grupo o mais atingido.
Entre 24 e 30 de novembro, foram registados 82 casos graves e 10 internamentos em UCI, todos em doentes com doenças crónicas subjacentes. Apenas três destes pacientes estavam vacinados contra a gripe sazonal. A proporção de casos graves em UCI subiu de 1,6% para 6,0% face à semana anterior.
Quanto aos vírus em circulação, predominam os do tipo influenza A, com os subtipos AH1N1 e AH3N2. Um novo subgrupo do AH3N2, designado K, já foi detetado em Portugal e representa cerca de 45% dos vírus AH3N2 caracterizados. Este subtipo evoluiu em relação à época passada, adquirindo mutações que podem aumentar a capacidade de transmissão e infeção.
Segundo a especialista, a epidemia começou três a quatro semanas mais cedo do que o habitual em Portugal e ainda não atingiu a atividade máxima, estando, neste momento, em tendência crescente. A circulação de outros vírus respiratórios, como o SARS-CoV-2 e o vírus sincicial respiratório (RSV), mantém-se baixa.


