A edição de 2024 da Poiartes, a emblemática feira de artesanato, gastronomia, caprinicultura, agricultura, comércio e indútria de Vila Nova de Poiares, foi alvo de um balanço inicial feito pelo presidente da Câmara Municipal, João Miguel Henriques. O autarca destacou o sucesso organizativo do evento, que decorreu sem incidentes, mas também apontou para uma redução significativa no número de visitantes, o que deverá conduzir a uma reflexão estratégica para o futuro da feira.

Segundo João Miguel Henriques, a Poiartes 2024 decorreu de forma organizada e sem grandes contratempos. “A nível organizativo, não há nada a apontar. A feira correu muito bem e não houve qualquer tipo de incidente digno de registo”, afirmou o presidente, reforçando a satisfação geral tanto dos visitantes quanto da própria organização. “Os munícipes estão satisfeitos e, quando os munícipes estão satisfeitos, o município também está”, sublinhou Henriques.

Apesar da avaliação positiva, o presidente da Câmara reconheceu que o número de visitantes sofreu uma queda considerável em relação à edição anterior, com apenas 32.000 entradas registadas, representando uma redução de 50%. Esta diminuição é atribuída à realização da feira em setembro e à redução de dois dias no calendário do evento, o que, segundo Henriques, afetou diretamente a afluência.

O presidente também destacou que esta quebra no número de visitantes foi especialmente sentida nas áreas dedicadas ao comércio de artesanato, produtos tradicionais como queijos e enchidos, e na doçaria regional. “Uma feira como a Poiartes só faz sentido se houver negócio, principalmente para quem vem de longe expor e vender os seus produtos. Se não houver dinamismo durante o dia, os artesãos e comerciantes podem não regressar”, alertou.

Henriques reconheceu que a mudança do evento de agosto para setembro influenciou o comportamento dos visitantes, especialmente durante o dia. “Notamos uma afluência muito mais reduzida durante o dia, especialmente em dias de semana, o que se deve, em parte, ao facto de muitas pessoas já não estarem de férias”, explicou.

Para o futuro, o autarca sublinhou a necessidade de repensar estratégias que possam revitalizar a vertente comercial da Poiartes, sem descurar a qualidade dos espetáculos e entretenimento noturno, que este ano mantiveram as suas lotações. “Sabemos que o público vem em massa para os concertos e para as tasquinhas à noite, mas o nosso foco é também garantir que a feira durante o dia seja igualmente atrativa, de forma a valorizar o trabalho dos expositores”, afirmou.

Outra área de foco para a organização será a avaliação feita pelos próprios expositores, cuja opinião é considerada fundamental para o futuro do evento. Henriques destacou que a maioria dos expositores usa a Poiartes como uma oportunidade para fazer contactos e promover as suas marcas, mas que aqueles que dependem diretamente das vendas imediatas, como artesãos e pequenos produtores, sentem a necessidade de um fluxo de visitantes mais constante durante todo o dia.

“Precisamos de encontrar novos mecanismos que incentivem as pessoas a visitarem a feira durante o dia e a consumirem os produtos expostos”, reconheceu Henriques, salientando que a Poiartes, apesar de se ter expandido para incluir outros setores, não pode perder o seu caráter tradicional de feira de artesanato.

Em suma, o balanço inicial da Poiartes 2024 é globalmente positivo, mas João Miguel Henriques deixou claro que existem áreas que precisam de atenção. Apoiando-se numa organização eficaz e na satisfação geral do público, o presidente mostrou-se confiante de que, com as devidas reflexões e ajustes estratégicos, a feira poderá continuar a ser um evento de referência na região e no país.