O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, afirmou este domingo que o plano norte-americano para a paz na Ucrânia “não preenche requisitos mínimos” e sublinhou que a articulação com a União Europeia é “obrigatória” neste processo.
Falando aos jornalistas em Luanda, após visitar uma obra e à margem da cimeira União Africana-União Europeia, Montenegro defendeu a necessidade de “uma reflexão rápida” da Europa sobre o documento em discussão. Segundo o primeiro-ministro, o plano constitui apenas “uma base” e é “muito insuficiente” para salvaguardar uma paz justa e duradoura na Ucrânia e os objetivos europeus.
Montenegro reconheceu que todos os esforços de mediação são positivos, destacando a participação dos Estados Unidos, mas insistiu que “a Europa tem todo o interesse em poder ser uma parte ativa deste processo”. O objetivo, disse, é “fazer evoluir estas bases de acordo de maneira a salvaguardar o interesse da Europa e também o interesse da Ucrânia, que não está, na minha opinião, devidamente salvaguardado”.
O plano de 28 pontos, elaborado pelo Governo do Presidente norte-americano Donald Trump, tem gerado preocupação em Kiev, uma vez que inclui exigências russas como cedência de território, redução do Exército ucraniano e renúncia à adesão à NATO, oferecendo em contrapartida garantias de segurança ocidentais. Trump deu à Ucrânia até 27 de novembro para responder às propostas, sob ameaça de continuidade dos avanços militares russos caso haja rejeição.
Desde a invasão russa em 24 de fevereiro de 2022, a Ucrânia tem intensificado consultas com aliados europeus para avaliar alternativas e garantir apoio na defesa do território nacional.