A Polícia Judiciária (PJ) identificou em Portugal os primeiros casos de ‘deepfakes’ sexuais envolvendo jovens em contexto escolar, alertou Carla Costa, inspetora-chefe da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica. Segundo a responsável, muitos adolescentes consideram este tipo de prática “uma brincadeira”, mas sublinha que tem consequências graves para as vítimas.
Com a democratização de ferramentas de inteligência artificial generativa, é possível criar imagens e vídeos manipulando fotografias de pessoas reais. Em escolas portuguesas, tem-se registado casos em que jovens retiram roupas digitais de colegas e partilham os conteúdos por WhatsApp ou outras redes, disseminando-os na turma ou na escola.
Outro fenómeno em crescimento é a extorsão sexual online, com agressores a exigir dinheiro ou outros conteúdos íntimos em troca de não divulgar imagens comprometedoras.
Para combater estas situações, a PJ tem usado um videojogo educativo, abordando riscos digitais como cyberbullying, aliciamento, discurso de ódio e desinformação, destinado a crianças e adolescentes entre os 10 e os 16 anos. Está prevista uma atualização do jogo, incorporando novos cenários para proteger os jovens de fenómenos digitais emergentes.


