PSP realiza 3447 contactos individuais, 244 ações de sensibilização e sinaliza 918 idosos.

A Polícia de Segurança Pública (PSP), entre os dias 26 de julho e 27 de setembro, levou a cabo a Operação “A Solidariedade Não Tem Idade – A PSP com os idosos”, em todo o território nacional.

Esta operação de proximidade e de cariz preventivo é realizada pela PSP, anualmente, desde 2012, maioritariamente através dos polícias afetos às Equipas de Proximidade e Apoio à Vítima (EPAV), cujos principais objetivos visam:

  • Intensificar o contacto direto e o diálogo com a população mais idosa (+65 anos);
  • Detetar, tão precocemente quanto possível, casos de fragilidade social, vulnerabilidade física e/ou psíquica; e
  • Identificar e suspeitas de crimes contra a integridade física, bem como, consequentemente, promover o apoio imediato e necessário através de respostas concertadas com as entidades parceiras.

Nesta operação foram empenhados 539 polícias que realizaram 3447 contatos individuais de prevenção criminal e 244 ações de sensibilização.

Dos contactos/ações efetuados durante a operação, resultou a sinalização de 918 idosos, tendo sido verificadas 326 situações de risco social e, destes, 487 pessoas foram de imediato encaminhadas para instituições de apoio social. Dos 918 idosos sinalizados no decorrer da operação, 289 são do sexo masculino e 629 são do sexo feminino.

Desde o início do ano foram efetuados 5903 contatos individuais com idosos, 4210 dos quais foram realizados nas suas residências, o que corresponde a 71,3% da totalidade dos contactos individuais efetuados pela PSP até ao momento. 4564 do total dos contactos individuais realizados resultaram da iniciativa e proatividade das EPAV, com o objetivo de contactar os idosos e avaliar o seu sentimento de insegurança, fornecer conselhos de autoproteção e de promoção da segurança e avaliar situações de especial vulnerabilidade (representando esta a razão mais comum), sendo que destes contactos porta a porta houve necessidade de encaminhar 669 idosos para outras entidades.

Entre os vários motivos que desencadearam as sinalizações, destacam-se:

  • 391 por isolamento geográfico e/ou social;
  • 554 por vulnerabilidade (autonomia reduzida); e
  • 151 por serem vítimas da prática reiterada de crimes.

Ressalve-se ainda que, dos idosos sinalizados, 141 são vítimas de violência em contexto familiar, nomeadamente violência física e psicológica (sendo esta a mais comum), económica e ameaças. 

De um modo geral, os idosos, pelas suas limitações de locomoção e fragilidades psíquicas, tornam-se vítimas preferenciais em relação a crimes contra o património (roubo, burla, extorsão), contra a liberdade pessoal (ameaça, coação, sequestro) e contra a integridade física (ofensa à integridade física, violência doméstica, maus-tratos). A estas vulnerabilidades somam-se, pontualmente, as de cariz económico, materializadas em frágeis condições de habitação, higiene, saúde pública, saúde individual (muitas vezes dependentes de medicação regular) e/ou alimentação. A sensação de abandono (solidão) e o flagelo social do isolamento, próprio das grandes urbes, associado à consciência que a pessoa idosa tem das suas vulnerabilidades e da incapacidade para as superar autonomamente, agravam o risco de (re)vitimização. E todas estas variáveis, sem um círculo familiar e/ou de vizinhança ativo e solidário, potenciam as situações de anonimato que inviabilizam eventuais intervenções de natureza assistencial, podendo mesmo, por vezes, culminar na morte do idoso.

Os polícias das EPAV procuram recolher indícios que apontem para algum destes indicadores de risco, informação essa que posteriormente é partilhada com as entidades parceiras com capacidade de intervenção neste domínio, instituições locais de apoio/assistência social ou serviços médicos, salvaguardando as áreas de intervenção próprias de cada uma.

A par deste esforço de pesquisa, estes polícias são, muitas vezes, a única companhia ou “cara amiga” que estes idosos têm, tornando-se nos seus confidentes, amigos e familiares. Esta proximidade que se cria entre Polícia e cidadão é a verdadeira essência do policiamento de proximidade e uma das principais missões da PSP.

Complementarmente, a PSP continua a disponibilizar o programa Estou Aqui Adultos, iniciado em 2015 em parceria com a Fundação Altice, destinado a pessoas com potencial de perturbação da referenciação espácio temporal.

Esta ferramenta de segurança permite promover o reencontro célere da pessoa aderente com a respetiva família ou instituição de apoio. Desde o início do programa a PSP já promoveu o reencontro com as suas famílias de mais de 65 pessoas que se encontravam perdidas ou desorientadas.

Desde 2015, até à presente data, já foram atribuídas mais de 16 000 pulseiras. Em 2024 já foram atribuídas 2855 pulseiras.

Pode ser encontrada informação adicional e aderir ao programa em http://estouaquiadultos.mai.local/Pages/Home.htm.

Por fim, e celebrando-se hoje o Dia Internacional da Pessoa Idosa, recordamos ainda que todos os cidadãos podem denunciar qualquer suspeita de crime, especialmente se direcionado contra pessoas idosas, através dos e-mail violenciadomestica@psp.pt e proximidade@psp.pt ou presencialmente em qualquer Esquadra da PSP.