No sector da saúde as mulheres representam a maioria. No entanto, também desempenharam um papel igualmente importante na investigação cientifica.
“Na Universidade da Pensilvânia, cheguei aqui em 1989, queria desenvolver a técnica do RNA mensageiro para terapia e foi para isso que trabalhei. Foi também a década da terapia genética e todos queriam usar o DNA, eu era uma espécie de intruso. Não devia ser assim, o RNA é uma coisa boa” adianta a Dra. Katalin Karikó, investigadora e vice-presidente sénior da BioNTech. Trata-se de um dos principais desenvolvimentos das vacinas anti-COVID-19 apesar de durante muitos anos ter contrariado a tendência dominante.
Esta não é a única história de progresso representada por mulheres, a Dra. Capobianchi lidera uma equipa com mais de 50 cientistas e que foi quem primeiro isolou e sequenciou o vírus.
“Isolar o vírus do primeiro paciente observado em Itália foi um ponto de chegada, foi um entre vários episódios. E nem foi o mais difícil” revela a Dra. Maria Rosaria Capobianchi, investigadora e chefe dos laboratórios de virologia Lazzaro Spallanazi.
“A única altura em que sofri por ser mulher foi quando decidi ser mãe. Foi muito difícil dividir-me entre o ensino, a investigação e o papel de mãe, mas consegui ultrapassar isso” refere a Dra. Capobianchi.
Ambas as cientistas afirmam que o principal obstáculo com que se defrontaram ao longo das suas carreiras, foi quando se tornaram MÃES.
“Muitas mulheres progridem nas suas carreiras profissionais mas ao chegarem à idade de terem filhos, que normalmente coincide com a melhor parte das suas carreiras profissionais, desaparecem por completo ou vêm a carreira interrompida. É uma espécie de tecto de vidro. É algo que temos que abordar aqui e do qual falámos muito no Parlamento porque acredito que temos que implementar licenças de maternidade e paternidade iguais, temos que avançar na reconciliação familiar, temos que progredir no sentido de criar empregos mais flexíveis, no teletrabalho” defende a eurodeputada espanhola do Grupo Renew Europe, Susana Solís.
No seio da União Europeia, as mulheres representam 40% dos cientistas e engenheiros.
