Vítima chegou a Portugal em estado crítico e esteve internada no Hospital Pediátrico de Coimbra.

A jovem de 15 anos de São Tomé e Príncipe, que chegou a Portugal no final de dezembro em estado crítico após ser vítima de agressões sexuais, faleceu esta quinta-feira no Hospital Pediátrico de Coimbra.

A adolescente havia sido transferida para Portugal acompanhada pela mãe e por um homem que se apresentou como médico, mas que não possuía credenciais válidas em território português.

A vítima, que chegou ao país no dia 30 de dezembro em estado clínico “muito frágil”, foi imediatamente encaminhada para o Serviço de Urgência do hospital, onde os profissionais de saúde notaram a ausência de documentos que comprovassem a qualificação do homem.

A Unidade Local de Saúde de Coimbra chamou a PSP, que procedeu à identificação do falso médico.

Segundo fontes hospitalares, este não é o primeiro caso em que ele se apresenta como profissional de saúde.

O incidente começou em São Tomé e Príncipe, quando a jovem estava sozinha em casa, na vila de Pantufo, e foi atacada por um grupo de homens.

A mãe da vítima, ao regressar do trabalho, encontrou a filha amarrada, com a boca e nariz cobertos por fita adesiva, e com várias lesões no corpo.

O tempo de privação de oxigênio ao cérebro deixou a adolescente em estado vegetativo, o que contribuiu para a gravidade de sua condição.

Após ser assistida nos cuidados intensivos em São Tomé, onde permaneceu 42 dias em coma, a jovem recebeu alta, mas com um estado de saúde muito debilitado.

Sem condições para tratamento especializado no país, uma campanha de angariação de fundos foi promovida por um ativista local, arrecadando dez mil euros que possibilitaram a viagem da jovem para Portugal.

Infelizmente, apesar dos esforços, a jovem não resistiu e faleceu no hospital de Coimbra.

O caso está sendo investigado pelas autoridades competentes, que continuam a apurar as circunstâncias envolvidas na morte da adolescente e o papel do falso médico na transferência para Portugal.

Este trágico episódio expõe não só a violência a que a jovem foi submetida, mas também as dificuldades de acesso a cuidados médicos especializados em situações de emergência.