Jorge Nuno Pinto da Costa, o presidente que liderou o Futebol Clube do Porto durante mais de quatro décadas e se tornou o dirigente mais titulado do mundo, morreu esta sexta-feira, aos 87 anos. O antigo líder portista lutava há três anos contra um cancro e o seu falecimento marca o fim de uma era no futebol português.
Um legado incomparável
Nascido a 28 de dezembro de 1937, Pinto da Costa entrou no FC Porto em 1953, inicialmente como colaborador da secção de hóquei em patins. Ao longo dos anos, destacou-se na estrutura do clube até assumir a presidência em 1982. Durante o seu longo mandato, conquistou um impressionante palmarés que inclui sete títulos internacionais – duas Ligas dos Campeões (1987 e 2004), duas Taças Intercontinentais (1987 e 2004), uma Supertaça Europeia (1987) e duas Ligas Europa (2003 e 2011) –, além de mais de 60 títulos nacionais, entre os quais 23 campeonatos portugueses.
A sua liderança transformou o FC Porto num dos clubes mais respeitados do futebol europeu, rivalizando com os maiores em termos de títulos e projeção internacional. Pinto da Costa foi uma peça-chave no desenvolvimento das infraestruturas do clube, incluindo a construção do Estádio do Dragão, inaugurado em 2003.
Uma despedida anunciada
Nos últimos anos, a saúde do dirigente deteriorou-se devido a um cancro, diagnóstico que foi tornado público em 2024. Em outubro desse ano, lançou o livro autobiográfico “Azul até ao fim”, onde abordou a doença e expressou o seu desejo de que o seu funeral fosse uma celebração do FC Porto, com os presentes vestidos de azul, a cor que o acompanhou ao longo da vida.
Apesar dos problemas de saúde, manteve-se na presidência até abril de 2024, quando decidiu não se recandidatar, encerrando um ciclo de 42 anos à frente dos destinos do FC Porto. A sua saída marcou o fim de uma das mais duradouras lideranças no futebol mundial.
Reações ao falecimento
A notícia da morte de Pinto da Costa gerou uma onda de comoção no desporto nacional e internacional. O FC Porto emitiu um comunicado oficial lamentando a perda do seu “presidente eterno”, enquanto várias figuras do futebol, incluindo jogadores, treinadores e dirigentes, prestaram homenagem ao homem que mudou a história do clube. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, também expressaram condolências à família e ao FC Porto.
Nas redes sociais, milhares de adeptos partilharam mensagens de tributo, recordando os momentos icónicos da sua presidência e o impacto que teve no crescimento do clube.
Cerimónias fúnebres
As cerimónias fúnebres irão decorrer no Estádio do Dragão, onde os adeptos poderão prestar uma última homenagem ao líder mais marcante da história portista. O cortejo fúnebre passará pelas principais ruas da cidade do Porto antes do corpo ser sepultado no cemitério de Agramonte.
O legado de Jorge Nuno Pinto da Costa permanecerá na memória dos portistas e na história do futebol mundial como um exemplo de liderança, paixão e dedicação ao desporto.