O Festival do Arroz e da Lampreia, em Montemor-o-Velho, é também um espaço de debate e aprendizagem.
No dia 21 de março, o seminário “Invasoras Aquáticas”, promovido pelos Municípios de Montemor-o-Velho e da Figueira da Foz, em parceria com a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC), proporcionou uma jornada de diálogo e partilha de conhecimento.
O evento reuniu cerca de 150 participantes e permitiu dar a conhecer a investigação e as ações de combate e controlo das espécies invasoras aquáticas, divulgando as boas práticas e as medidas já implementadas no território.

Na sessão de abertura, o presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho e da CIM-RC, Emílio Torrão, destacou a importância do seminário “para o debate sobre as invasoras aquáticas, contribuindo para a transferência do conhecimento científico, produzido no ensino universitário e politécnico, para a sua aplicação concreta no terreno”.
Referindo-se “às alterações meteorológicas e à atividade humana exercida sobre os habitats” como algumas das causas para a proliferação das plantas invasoras aquáticas, o autarca reconheceu o trabalho desenvolvido na eliminação dos jacintos-de-água e de outras espécies “que, provavelmente, vão ser abordadas no decorrer do seminário”.
Sublinhando que “as espécies invasoras põem em causa as atividades piscatórias e de lazer”, Emílio Torrão reforçou que a sua erradicação “só é eficaz se for feita em simultâneo em diversos locais”, o que implica “um trabalho exaustivo e dedicado” dos serviços do Município, da CIM-RC e com o envolvimento da comunidade.
O seminário contou com dois painéis de intervenções. O primeiro, moderado pelo vereador Décio Matias, reuniu as apresentações de Elizabete Marchante, da Universidade de Coimbra, que abordou as espécies exóticas invasoras aquáticas no Baixo Mondego, de Sílvia Raimundo, do Município de Montemor-o-Velho, que apresentou o planeamento das ações de controlo e gestão de espécies invasoras no contexto municipal, e de José Lopes, da CIM-RC, que falou sobre a gestão e articulação das ações de controlo de espécies exóticas invasoras no contexto intermunicipal.

O segundo painel foi moderado por Nuno Pinto, coordenador municipal da Proteção Civil da Figueira da Foz, e contou com as intervenções de David Catita, da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, S.A., que apresentou a problemática das espécies exóticas invasoras no Alqueva, e de Carlos Alexandre, do Departamento de Biologia da Universidade de Évora, que falou sobre os recursos piscícolas de água doce em declínio e as espécies invasoras em expansão.