Decisão surge horas depois de a TVI/CNN Portugal ter noticiado a morte de uma grávida que foi transferida por haver falta de vagas no Hospital de Santa Maria

Marta Temido apresentou formalmente a demissão, anunciou o ministério da Saúde em comunicado.

Segundo a nota, enviada às redações na madrugada desta terça-feira, Marta Temido apresentou a demissão ao primeiro-ministro, António Costa, “por entender que deixou de ter condições para se manter no cargo”.

A decisão surge horas depois de a TVI/CNN Portugal ter noticiado a morte de uma grávida que foi transferida por haver falta de vagas na neonatologia do Hospital de Santa Maria.

António Costa, primeiro ministro de Portugal, aceitou a demissão de Marta Temido, comunicando a sua decisão já depois da 1h30m de 30 de agosto.

Comunicado do Ministério da Saúde foi divulgado esta madrugada.

António Costa recebeu o pedido de demissão da Ministra da Saúde. Respeita a decisão e aceita o pedido, que já comunicou ao Senhor Presidente da República.

Em comunicado, o Primeiro-Ministro agradece todo o trabalho desenvolvido por Marta Temido “muito em especial no período excecional do combate à pandemia da COVID19”.

O Governo prosseguirá as reformas em curso tendo em vista fortalecer o SNS e a melhoria dos cuidados de saúde prestados aos portugueses, lê-se.

Marta Temido

Marta Temido nasceu em Coimbra, em 1974. 

É doutorada em Saúde Internacional, pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, Mestre em Gestão e Economia da Saúde, pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, e Licenciada em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. 

Possui especialização em Administração Hospitalar pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa. 

Foi Ministra da Saúde no XXI e no XXII Governos Constitucionais. 

Foi subdiretora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa. Foi presidente do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde, I.P., presidente não executiva do conselho de administração do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa e membro do conselho de administração de vários hospitais do Serviço Nacional de Saúde. Exerceu funções de administradora hospitalar ao longo de vários anos. 

Foi assistente convidada do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Foi presidente da direção da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares. 

É autora e coautora de publicações científicas no âmbito da saúde.