Em dia de encerramento de atividade é anunciado um novo projeto com financiamento europeu assegurado por cinco anos.

“Vamos continuar com esta ideia de que o mundo precisa de uma atenção mais cuidada da nossa parte”, disse Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Águeda, no encerramento do Seminário Final do Projeto LIFE Águeda, que teve lugar durante todo o dia de sexta-feira.

Depois das atividades desenvolvidas no evento, onde foram abordadas as principais medidas implementadas no âmbito do projeto, os resultados alcançados, as linhas de financiamento para projetos relacionados, bem como onde foram apresentados outros projetos apoiados pelo programa europeu LIFE, o encerramento teve lugar nas margens do rio Águeda, junto ao recém-inaugurado Centro de Interpretação do Rio, um projeto emblemático da preservação ribeirinha e que contou com o LIFE Águeda como um dos programas de apoio.

Pedro Raposo, responsável pela execução deste projeto, anunciou, nesta ocasião, que o LIFE Águeda termina e vai ter início “um novo projeto, com financiamento garantido para os próximos cinco anos”. Será um novo programa, com o Município de Águeda como beneficiário e com novos parceiros envolvidos.

“Este é o caminho, precisamos de reunir ainda mais força, mais pessoas à nossa volta e continuarmos com a convicção de que estamos a fazer um trabalho lindo, uma pequena parte para deixar o mundo um pouco melhor para quem vem atrás de nós”, declarou Jorge Almeida, apelando a uma cada vez maior e mais abrangente união de esforços e vontades para “salvar o nosso mundo”.

Foi precisamente isso o conseguido ao longo de oito anos de LIFE Águeda, onde “derrubámos barreiras, construímos passagens para peixes, renaturalizámos os ecossistemas. É o trabalho de uma vida e, para muitos, uma utopia”, afirmou Pedro Raposo, visivelmente orgulhoso do resultado alcançado e ciente de que “é preciso continuar”.

O novo projeto vai permitir não só a continuidade como “alavancar, escalar as intervenções e fazer a diferença em todo o caminho de preservação ambiental que estamos a trilhar”, frisou Jorge Almeida.

Com o encontro final do LIFE Águeda, que reuniu técnicos e as entidades envolvidas no projeto, pretendeu-se também sensibilizar para a importância da conservação dos ecossistemas ribeirinhos.

O evento contou ainda com um momento de boas-vindas ao Diretor-Geral do Ambiente da Comissão Europeia, Patrick Child, no decorrer de uma visita realizada ao Município de Águeda no âmbito da distinção de Águeda como Capital Verde Europeia – Green Leaf 2026.

Pedro Teiga, especialista em reabilitação de rios e ribeiras, salientou que “quando a componente política, a universitária e a técnica são parceiros ativos, que trabalham juntos e fazem acontecer”, o resultado é o que foi alcançado no LIFE Águeda e que, antes, parecia uma utopia.

Refira-se que o LIFE Águeda é um projeto ambiental europeu que tem como principal objetivo a restauração ecológica do rio Águeda e dos seus ecossistemas ribeirinhos, promovendo a conservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais.

Contribui para a melhoria do habitat de espécie migradoras, como o sável e a lampreia, tendo como principais ações a reabilitação de zonas ripícolas e margens degradadas, a construção de passagens para peixes e remoção de obstáculos, a monitorização científica da biodiversidade aquática, a sensibilização e educação ambiental junto das populações locais e a promoção de boas práticas agrícolas e florestais sustentáveis.

É coordenado pela Universidade de Évora com o apoio técnico-científico do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e conta com o Município de Águeda como parceiro beneficiário, bem como o Município de Mora, Fluviário de Mora, a DOCAPESCA – Portos e Lotas S.A. e a AQUALOGUS – Engenharia e Ambiente, Lda, também como parceiros.

Foi em Águeda onde mais intervenções foram levadas a cabo, em prol da conservação dos ecossistemas ribeirinhos. Nesse sentido, neste dia que marca o encerramento do projeto, foram feitas visitas à passagem para peixes construída no Parque Fluvial da Redonda e ainda ao Centro de Interpretação do Rio, desenvolvidos com o apoio do LIFE Águeda.