Os jovens são as principais vítimas no mercado de trabalho durante o período da pandemia, revela um estudo do Observatório das Desigualdades, do Centro de Estudos e Investigação em Sociologia (CIES), do Instituto Universitário de Lisboa.
O estudo “Desemprego e Precariedade Laboral na População Jovem: Tendências Recentes em Portugal e na Europa” é assinado por Inês Tavares, Ana Filipa Cândido e Renato Miguel do Carmo. Refere que “em 2020, na Europa e em Portugal, verificou-se um aumento do desemprego jovem, relativamente a 2019”.
Em Portugal, a taxa de desemprego para os jovens com menos de 25 anos era de 22,6%, mais 5,8 pontos percentuais (p.p.) que a média da União Europeia e 15,7 p.p. que a nacional.
O grupo entre os 15 e os 24 anos foi o mais afetado no trabalho temporário, com a maior parte dos Estados membros da UE a registar uma diminuição da proporção de jovens nesta situação, em 2019 e 2020. No nosso país, a baixa foi de 10 p.p., para 56%. Só Espanha (69%) e Itália (59%) tinham números superiores.
O estudo indica que “Portugal é o quinto país com os maiores níveis de trabalho temporário involuntário entre os jovens e o sétimo com mais jovens a trabalhar em ‘part-time’ por falta de alternativas”.
Por fim, os investigadores do CIES destacaram que, nos países da UE, “tendencialmente, as mulheres jovens têm proporcionalmente mais contratos temporários e trabalham mais em ‘part-time’ que os homens”.