A aldeia do Carvalho foi palco este fim-de-semana de mais uma sentida homenagem por parte da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares e da Força Aérea Portuguesa aos oito pilotos aviadores que há 68 anos perderam a vida naquela Serra, por ocasião dos festejos do Dia da Aviação, a 1 de julho de 1955.
Na cerimónia marcaram presença em representação do Chefe de Estado Maior da Força Aérea (CEMFA), o Comandante Aéreo Tenente General António Matos Branco, o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares, João Miguel Henriques, acompanhado da Vereação da Autarquia a que preside, o Vereador do Município de Coimbra, Carlos Lopes, elementos da Associação de Especialistas da Força Aérea, militares e muitos munícipes que todos os anos fazem questão de marcar presença neste dia.
Após a celebração da Missa Campal de Ação de Graças e Sufrágio pelos Mortos da Força Aérea, foram depositadas algumas coroas de flores no monumento existente no local completando esta cerimónia de homenagem, onde se procura manter viva a memória histórica do acidente ocorrido naquela serra, o mais trágico da Força Aérea Portuguesa e também o maior do género a nível mundial.
Para o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares, João Miguel Henriques, esta é sempre uma cerimónia «marcante, em que homenageamos a memória dos pilotos que pereceram neste acidente», manifestando o seu respeito pela Força Aérea que, ano após ano, faz questão de evocar a memória dos que aqui perderam a vida.
O mesmo responsável endereçou ainda um sentido agradecimento ao povo do Carvalho, que sempre soube acarinhar a Força Aérea e associar-se a esta digníssima homenagem a estes pilotos que perderam a vida ao serviço da sua Pátria.
João Miguel Henriques destacou ainda a presença do Vereador do Município de Coimbra, Carlos Lopes, nas cerimónias, «a primeira vez que Coimbra se faz representar pelo menos nos últimos dez anos, já que, apesar da aldeia ser administrativamente dividida ao meio por ambos os Concelhos, não existem fronteiras para homenagear quem aqui tombou ao serviço da Pátria».
Já o representante do CEMFA, Comandante Aéreo Tenente General António Matos Branco, evocou a importância e o significado que a homenagem representa para os familiares dos aviadores e para a Força Aérea que, prematuramente, perdeu oito dos seus camaradas.
Ao mesmo tempo que agradeceu todo o apoio prestado pelo Município de Vila Nova de Poiares, António Matos Branco afirmou existir vontade da Força Aérea em, por ocasião da celebração do 70º aniversário, desenvolver algum trabalho no local para que todos os que ali se deslocam possam ter uma perceção do ocorrido na Serra do Carvalho
Recorde-se que, para perpetuar a memória dos pilotos falecidos, foi erigido um Cruzeiro no local do acidente e, reforçando o simbolismo, a Autarquia construiu uma capela em honra de Nossa Senhora do Ar. Simbolismo que foi ainda intensificado no ano em que se assinalaram os 50 anos do acidente, com a inauguração do monumento “Voo dos Anjos”, numa rotunda à entrada de Vila Nova de Poiares, constituído por oito colunas encimadas por ‘asas’ representando cada um dos oito aviadores que pereceram neste acidente.
O trágico acidente aconteceu em 1955, por ocasião dos festejos do Dia da Força Aérea, quando oito dos doze aviões que compunham a formação comandada pelo Capitão Rangel Lima, se despenharam em plena Serra do Carvalho.
