Coimbra viajou até à Idade Média, no último fim-de-semana, com a realização da 28ª edição da Feira Medieval de Coimbra, uma das mais antigas do país, organizada pela Câmara Municipal (CM) de Coimbra. Após um interregno de três anos, a Feira Medieval regressou ao centro histórico num formato renovado e com uma duração mais alargada, revelando-se uma aposta ganha. Tal como referiu o presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva, na Reunião de Câmara da passada segunda-feira, este evento teve um balanço “extraordinariamente positivo”. Milhares de pessoas passaram pelos três dias do evento e para os feirantes foi um sucesso de vendas inédito, pois muitos stocks esgotaram totalmente no sábado e tiveram de ser reforçados. De salientar ainda a novidade da envolvência do ecossistema local, com os comerciantes da zona a aderirem ao espírito e a participarem ativamente no evento. 

A área que se estende desde a Rua do Norte (junto à Casa dos Melos), ao Largo da Sé Velha, ao Quebra-Costas e até ao Arco de Almedina serviu de cenário a mais uma edição da Feira Medieval de Coimbra, organizada pela CM de Coimbra. O certame é um dos mais antigos do país e pauta-se pelo rigor da recriação histórica do período representado, para além das centenas de figurantes trajados a rigor, da música, dos cheiros e dos aromas que transportam os visitantes até à época medieval. A edição deste ano teve como mote “A crise dinástica de 1383/85, as razões que lhe assistem, as Cortes de Coimbra e a aclamação de D. João, Mestre de Avis, Regedor e Defensor do Reino, como Rei de Portugal, poucos meses antes da Batalha de Aljubarrota”. 

Com organização da autarquia e animação da companhia Almanach, a Feira contou ainda com a importante parceria da Diocese de Coimbra, da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) e dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC), bem como com o apoio da Junta de Freguesia dos Olivais e da Fundação INATEL.

A extensão da Feira Medieval, quer ao nível de dias e de horário, revelou-se, assim, uma aposta ganha, visível nos milhares de pessoas que passaram pelos três dias do evento. Para os feirantes foi também um sucesso de vendas inédito, pois muitos stocks esgotaram totalmente no sábado e tiveram de ser reforçados. De salientar ainda a novidade da envolvência do ecossistema local, com os comerciantes da zona a aderiram ao espírito e a participarem ativamente na Feira, no espírito da recriação histórica, através da oferta e decoração. Esta iniciativa contribui também, de forma indireta, para o apoio ao associativismo, sendo uma fonte de financiamento para as associações participantes, através da venda dos seus produtos. Desta forma, o presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva vincou que este evento teve um balanço “extraordinariamente positivo”. 

A CM de Coimbra agradece, mais uma vez, aos seus colaboradores e respetivos serviços envolvidos neste evento pela dedicação e pelo profissionalismo, às entidades externas que apoiaram este certame, aos comerciantes locais e a todos aqueles que tornaram possível esta renovada edição da Feira Medieval, que reencontrou o seu espaço, o seu público, o seu estatuto e a sua dignidade, promovendo o rigor da recriação histórica do período representado. 

A reconstituição da época medieval começou na sexta-feira, dia 21 de julho, nas escadas da Sé Velha onde, a partir das 19h00, a Companhia Almanach deu as boas-vindas aos comensais, com uma encenação e trovas sobre a aclamação de D. João, Mestre de Avis, Defensor e Regedor do Reino, como Rei de Portugal, nas Cortes de Coimbra. A receção dos comensais seguiu, depois, para o claustro da Sé Velha, onde decorreu o Banquete Régio. A Ceia Medieval, confecionada e servida pelos SASUC, totalmente lotada, contou com a participação do Executivo Municipal trajado a rigor. 

Importa sublinhar que a Sé Velha de Coimbra é um edificado medieval, imprimindo uma maior relevância e rigor histórico a esta recriação e valorizando, em simultâneo, o património classificado da UNESCO.

Já no sábado, dia 22 de julho, entre as 9h00 e as 24h00, a Rua do Norte, o Largo da Sé Velha (epicentro do evento), o Quebra-Costas e o Arco de Almedina transformaram-se num cenário “ao vivo”, permitindo aos visitantes “entrar” na atmosfera da época medieval, pelo contacto com os sabores, os aromas, os ruídos, os ofícios, a animação e o modo de vestir, recriado por dezenas de figurantes. O certame arrancou às 9h00, com a leitura do Edital de Abertura e Bênção do Abade, a abertura do mercado decorreu às 10h00, com a presença da vereadora Ana Bastos. Às 11h00 arrancou o cortejo nobre e os Cavaleiros de D. Nuno Álvares Pereira apregoaram o recrutamento para as lides da guerra e os homens-bons do concelho acorreram a alistarem-se, a partir das 11h30. O período da tarde foi preenchido com vários quadros de animação permanente, a reposição de figuras e quadros da época onde não faltaram saltimbancos, jograis e trovadores e os habituais comeres fartos e beberes frescos nas tabernas da Feira. Noite dentro, pelas 21h00, houve uma exortação à batalha que se avizinha e, às 22h00, o público assistiu ao teatro de fogo “o amor cortês”. A animação continuou com trovadores, jograis e menestréis, pelas 23h00. A encerrar o segundo dia da Feira Medieval, às 24h00, foi feita uma ronda do Almotacem e do Almoxarife.

No domingo, dia 23 de julho, o evento teve início também às 9h00, com uma arruada pelo Burgo e Auto de Abertura do Mercado. Duas horas depois entrou em cena um torneio de armas e treino dos homens de armas. Às 12h00 houve uma demonstração de falcoaria e adestramento de cetraria. Um dos pontos altos do evento, o Cortejo Régio, aconteceu às 14h00, ao qual se seguiu (às 15h00), um concerto, na escadaria da Sé Velha, pelo Duo Arvales. Momento esperado às 16h00 foi a nomeação, por D. João de Portugal, de D. Nuno Álvares Pereira como Condestável do Reino. 

Após três anos de interregno, este evento continua a marcar, com sucesso, a agenda cultural de Coimbra.