“Thalassos”, o multifacetado espetáculo produzido no âmbito de “O Mar que nos Une”, teve lotação esgotada nas duas apresentações do último fim de semana em Cantanhede. “O Mar que nos Une” consiste numa parceria desenvolvida pela autarquia cantanhedense com as suas congéneres de Figueira da Foz e Mira, tendo em vista a capacitação e revitalização da atividade dos agentes culturais e artísticos locais, e o encerramento desta programação cultural em rede foi com uma cuidada produção que incluiu música, teatro e dança, som e luz num grande enquadramento cénico montado em frente aos Paços do Concelho de Cantanhede.

Com direção artística de André Varandas, “Thalassos” teve um elenco constituído por nove intervenientes representantes dos municípios envolvidos no projeto e contou com a participação de um grande coro e orquestra comunitária com cerca de 120 pessoas.

Toda a narrativa do espetáculo se desenvolveu em torno do elemento comum aos três concelhos, o mar, que na verdade assumiu um papel central enquanto personagem que testemunhou a evolução do território da orla marítima e das suas comunidades. 

As associações do concelho participantes foram o Rancho Folclórico “Os Lavradores” de Cordinhã, Rancho Folclórico Rosas de Maio (Febres), Rancho Folclórico “Os Bairradinos” de Ourentã, Grupo Folclórico de Sanguinheira, Grupo Típico de Ançã, Grupo Típico de Cadima, União Recreativa de Cadima, Rancho Regional “Os Esticadinhos” de Cantanhede, Academia de Música de Ançã, União Recreativa de Cadima e Pequenas Vozes de Febres. Participaram também no coro e orquestra a Sociedade Instrução e Recreio de Lares (SIRL) e UMM – União de Músicos de Mira.

Foi perante um público entusiasmado com o que acabara de ver que a presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio, se deslocou ao palco para “agradecer a participação empenhada de todos quantos ajudaram a dar corpo a este projeto” e sublinhar a “qualidade de uma produção cultural que explora de modo particularmente bem conseguido as afinidades socioculturais que ainda persistem em territórios unificados pela ligação ao mar e por uma certa mundividência associada à  vasta zona litoral e ainda hoje reconhecível na vida das comunidades locais e em manifestações coletivas de natureza diversa”.

Acompanhada por Pedro Cardoso, vice-presidente da autarquia e titular do pelouro da cultura, a líder do executivo camarário afirmou “a importância das iniciativas que no âmbito do projeto ‘O Mar que nos Une’ têm contribuído para acentuar e preservar o que do ponto de vista sociológico e cultural é comum no dia a dia da orla costeira de Cantanhede, Figueira da Foz e Mira.  Não vejo melhor forma de promover esse legado do que através da participação ativa dos movimentos associativos num intercâmbio frutuoso para todos os participantes e para a população em geral, conforme pudemos constatar aqui hoje”, salientou.

Helena Teodósio considera que “é através de amplas ações integradas, que se promove o território e se reforça a coesão territorial”, razão que a leva a “aplaudir o trabalho que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro tem vindo a realizar com os projetos operacionalizados através de parcerias entre os municípios”.

O programa “O Mar que no Une”, recorde-se, é constituído por 208 episódios multiculturais e transdisciplinares, que iniciaram em julho de 2021, e que têm vindo a dinamizar este extenso território num período particularmente complexo para todos os agentes culturais, que se viram privados da sua regular atividade por causa da situação pandémica que assolou o mundo inteiro.