A nova licenciatura em Engenharia Biomédica do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra – ISEC, que arranca no próximo ano letivo 2022-2023, vai ter uma componente prática, laboratorial e de ensino em ambiente real de trabalho que colocará os seus estudantes no mercado ainda antes de concluírem o curso. No último ano da licenciatura será feito um estágio em empresas da indústria médica, o que constituirá uma enorme vantagem competitiva para os futuros engenheiros biomédicos.

“A Engenharia Biomédica do ISEC vai distinguir-se por um permanente contacto dos estudantes com as tecnologias de ponta e com a inovação médica, por uma componente prática muito superior à de outros cursos e, sobretudo, uma ligação muito precoce entre os alunos e a indústria para onde irão trabalhar”, afirma Milton Macedo, docente e investigador do ISEC e diretor da licenciatura em Engenharia Biomédica. “Os futuros engenheiros irão aprender, desde muito cedo, a fazer modelação e simulação, desenvolvimento de próteses, aplicação de técnicas de inteligência artificial na análise de dados e na avaliação de bio-sinais.”

A Engenharia Biomédica inclui disciplinas como Biomecânica, Bioinformática, Biologia dos Tecidos, Análise Inteligente de Dados ou Programação de Dispositivos Móveis. Os laboratórios instalados no ISEC servirão de apoio ao novo curso: desde o de Biomecânica Aplicada ao de Computação de Elevado Desempenho, passando pelo FIKALAB, um laboratório da Critical Software que desenvolve e testa projetos em áreas transversais envolvendo a robótica, a instrumentação e a programação.

“Vamos preparar futuros engenheiros que serão muito competitivos para a indústria médica nacional e europeia”, afirma Mário Velindro, presidente do ISEC. “Existe uma grande procura no mercado de engenheiros biomédicos com valências e conhecimentos na produção de próteses, instrumentos médicos, equipamentos de diagnóstico e aplicações bioinformáticas”, assegura. “O problema é que, noutros cursos, os licenciados saem sem prática de produção industrial ou de manuseamento de dispositivos e de softwares. Aqui vamos colmatar essa lacuna e dar-lhes experiência prática nas áreas da reabilitação e da imagiologia médica, por exemplo”, conclui o presidente do ISEC. 

Para além da entrada direta nos mercados nacional e internacional, os responsáveis do ISEC anteveem que muitos dos futuros engenheiros avancem para a investigação e para novos ciclos de estudos, enquanto outros se sentirão tentados a empreender e a criarem start-ups com novos produtos para o setor. “O contacto precoce com tecnologia de ponta costuma estimular os estudantes desde cedo para a investigação pura ou aplicada”, afirma Milton Macedo. “Verificamos no ISEC que isso os torna habitualmente mais empreendedores no desenvolvimento de projetos empresariais, através de start-ups. Ou, então, vocaciona-os para serem membros de equipas de investigação em ambiente académico”. 

O diretor está certo de que isso acontecerá na nova licenciatura mal os alunos comecem a contactar com as empresas onde irão fazer o seu estágio de final de curso.