Foi anunciada esta terça-feira, que o governo de Dinamarca vai repatriar 19 filhos dinamarqueses de jihadistas da Síria, devido à deterioração das condições humanitárias nos campos sírios, bem como três das suas mães.
Apesar de relutante em repatriar jihadistas da Síria, o governo dinamarquês tomou esta decisão após o relatório de uma comissão encarregada de estudar as condições de repatriamento, num caso que divide as capitais europeias.
Estes 19 filhos de pais dinamarqueses, ou dinamarqueses de nascimento, têm entre um e 14 anos de idade. Estão atualmente nos campos al-Hol e Roj na Síria, controlados por forças curdas. A situação humanitária e a possível radicalização das crianças levaram recentemente elementos da maioria parlamentar a forçar o governo, que se tinha anteriormente oposto à intervenção, a mudar a sua posição.
Mette Frederiksen, primeiro-ministro, reafirmou em março que os pais não seriam repatriados, a decisão de hoje de repatriar três mães marca um novo ponto de viragem.
Estas “mulheres devem ser punidas o mais severamente possível quando chegarem à Dinamarca”, disse o ministro da Justiça, Nick Haekkerup. Segundo o serviço de inteligência dinamarquês, PET, as mães enfrentam agora acusações de “terrorismo” no seu regresso ao reino escandinavo de 5,8 milhões de pessoas.
Segundo o PET, pelo menos 160 pessoas deixaram a Dinamarca para lutar na Síria ou no Iraque. Cerca de um terço deles morreram na zona de conflito, 32 ainda lá estão e cerca de metade regressou à Dinamarca ou mudou-se para outro país.
A Bélgica anunciou, no início de março, a sua intenção de “fazer tudo” para repatriar cerca de 30 crianças belgas da Síria.