A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa recolheu, desde janeiro, 424 testemunhos de alegadas vítimas, incluindo oito casos que foram enviados pelas comissões diocesanas.
Os números foram divulgados, esta terça-feira, em conferência de imprensa, pelo presidente da Comissão. Pedro Strecht revelou que 90% dos casos foram considerados prescritos:
Ainda assim, o pedopsiquiatra chama a atenção para a gravidade dos abusos:
Pedro Strecht explicou ainda quais os próximos passos da Comissão Independente:
Em relação às suspeitas de encobrimento de abusos por parte de vários bispos, entre os quais José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, Álvaro Laborinho Lúcio considera que a Igreja terá de fazer uma opção:
Para o psiquiatra Daniel Sampaio, é fundamental levantar o manto da ocultação:
Entre as alegadas vítimas há mais rapazes do que raparigas, e todas fazem um pedido de perdão por parte dos abusadores, bem como da hierarquia da Igreja Católica. A Comissão Independente conta fechar o relatório final em dezembro deste ano e fazer a sua apresentação pública a 31 de janeiro de 2023.
Entretanto, o Presidente da República garante que não desvalorizou as denúncias de abuso sexual por membros da Igreja Católica, quando, numa primeira análise, falou num número que não era particularmente elevado:
Confrontado com várias críticas a esta declaração, Marcelo Rebelo de Sousa justificou-se, em declarações à RTP, acrescentando aceitá-las, mas não entendê-las:
O chefe de Estado garante ainda que ser católico não está a influenciar a sua atuação:
Declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, à RTP, garantindo que não desvalorizou os números das denúncias de abusos sexuais na Igreja Católica Portuguesa.