A Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra manifesta publicamente que não se revê nas declarações do Presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) prestadas no âmbito dos trabalhos da Comissão de Agricultura e Pescas da Assembleia da República.

A CIM Região de Coimbra e os seus autarcas consideram que não cabe ao Presidente da AGIF fazer juízos de valor relativamente ao financiamento disponibilizado pelos municípios aos corpos de bombeiros, nem tão pouco imiscuir-se em questões que estão na esfera da autonomia do poder local e que são suportadas na íntegra pelos orçamentos municipais.

Ao invés de questionar a aplicação de financiamento por parte dos municípios, exortamos o Presidente da AGIF, como já fizemos anteriormente, a desencadear as fontes de financiamento que irão assegurar a execução do Programa Nacional de Ação de Gestão Integrada de Fogos Rurais elaborado pela entidade que preside, e aprovado no ano de 2021, dado que após diversas diligências efetuadas por esta Comunidade Intermunicipal ainda não se obtiveram garantias de dotação financeira para o programa, colocando em causa a execução do planeamento previsto.

Consideram-se, igualmente, descontextualizadas as declarações proferidas relativamente ao financiamento dos corpos de bombeiros através da área ardida e relativamente à desnecessária aposta nos meios aéreos, nomeadamente numa época do ano em que o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais tem respondido de forma competente e empenhada às diferentes ocorrências que têm existido nos últimos meses.

As declarações relativas aos meios aéreos foram recebidas por esta Comunidade Intermunicipal com enorme espanto, na medida em que estes recursos são reconhecidos em todo o mundo como uma mais-valia no combate aos incêndios rurais, tendo inclusivamente existido um reforço destes meios no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, sendo claro para nós que a mobilização de meios aéreos nas fases mais prematuras dos incêndios tem resultados claros da diminuição da área ardida.

A CIM Região de Coimbra considera ainda que a evolução positiva registada nos últimos anos na área da prevenção e do combate aos incêndios rurais não é um mérito só da AGIF, mas sim o resultado do empenho dos municípios, corpos de bombeiros e restantes entidades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais que diariamente garantem no terreno a implementação de diferentes iniciativas, razão pela qual esta Comunidade Intermunicipal tem vindo a questionar o governo sobre a mais-valia desta entidade para o funcionamento do sistema.

Assim, a CIM Região de Coimbra reafirma que não se revê nas declarações do Presidente da AGIF e exorta a entidade a prestar explicações relativas às declarações proferidas pelo seu presidente.