Em reunião ocorrida em Vila Nova de Poiares, o CERC – Conselho Empresarial da região de Coimbra, que está presente fisicamente nos 19 concelhos da região de Coimbra, através das 13 associações empresariais que fazem parte dos seus órgãos sociais, em representação das mais de 15.000 empresas da região de Coimbra, debateu o estado atual das empresas em Portugal e toda a problemática resultante da fraca aplicação dos fundos europeus na economia real, como seja as empresas e as famílias. 

Relativamente à Região de Coimbra, considera o CERC que devem os agentes de decisão locais e regionais, olhar para as empresas e para os seus representantes, que são as associações empresariais, como um parceiro para o combate à desertificação dos territórios, como um parceiro no combate ao desemprego, com todas as consequências sociais que daí advém, como um parceiro na promoção dos territórios e como um parceiro que consegue gerar riqueza para os territórios. Entende o CERC que é urgente que o poder local da região de Coimbra, envolva de forma regular e constante, as associações empresariais que representam o tecido empresarial, nas suas tomadas de decisão para o território e nas diversas campanhas de promoção da região.

O CERC, em sintonia com a Confederação do Comércio e Serviços (CCP) a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e muitas outras entidades, considera que a oportunidade de canalização dos fundos europeus (muito provavelmente a última desta dimensão para Portugal) deverá ser utilizada ao serviço de uma maior competitividade do nosso tecido empresarial.

Os programas comunitários devem ser concebidos em linha com uma estratégia de desenvolvimento do país e o Portugal 2030 deverá centrar-se em três pilares estratégicos, alicerçados num conjunto bem preciso de desafios:  as pessoas, o território e as empresas (com os desafios da criação de valor, da inserção da economia na nova globalização e da atração de IDE de qualidade e de talentos).

Para que se corrijam as lacunas e se aprenda com a experiência obtida com o PT2020 será indispensável vencer alguns desafios, agravados pela situação europeia atual, nomeadamente:  mudar o modelo de gestão e a crescente burocracia que, em nome da transparência, tem vindo a reforçar-se de Programa para Programa.

A aposta europeia nas transições climáticas e digital têm que corresponder a mudanças profundas na forma de produzir e de criar valor, ou seja, o foco deve ser naquelas que são as verdadeiras vantagens competitivas de Portugal que são os recursos humanos e o território.