Pampilhosa da Serra é vivida muito para além dos seus limites geográficos. Foi exatamente isso que se sentiu, ontem, dia 25 de setembro, no agradável ambiente familiar, convivial e de união regionalista que juntou cerca de 130 Pampilhosenses e Descendentes, na inauguração da reabilitação das instalações Casa da Concelho de Pampilhosa da Serra.
Revestida de tradição regionalista, a sede da “Casa-Mãe” de todas as coletividades Pampilhosenses, há mais de 75 anos instalada na Rua das Escolas Gerais, em pleno bairro de Alfama em Lisboa, denotava sinais de desgaste que o passar dos anos não deixa esconder.
Nesse sentido, segundo explicou o Presidente da Casa da Concelho de Pampilhosa da Serra, José Ferreira, o edifício nº82 tem agora “o piso do salão completamente requalificado”, tendo recebido ainda a requalificação da cozinha, que agora “é uma das melhores de alfama”, garante com orgulho, e também a construção de um “bar acolhedor com um visual cativante”.
José Ferreira, explicou que a direção da Casa do Concelho aproveitou a suspensão das atividades regulares da Associação, como consequência da pandemia, para “pôr mãos à obra”. Ainda assim, e porque o investimento acabou por superar o orçamento inicial dados os imprevistos que foram surgindo, os diretores da Associação, de forma audaz, “suportaram os custos” remanescentes “por empréstimo”, com a “confiança” de que os “sócios e filiados” possam agora ajudar na medida do possível. “Somos atrevidos, somos da serra, vamos para a frente. Estamos satisfeitos porque estamos com a consciência de que fizemos aquilo que a nossa imaginação e capacidade de realização permitiu entregar à Casa do Concelho.”
A coragem para levar a cabo este projeto de reabilitação foi reconhecida por Jorge Custódio, Presidente da Câmara Municipal, tendo expressado que “desde a primeira hora”, a Autarquia esteve com a direção da Casa do Concelho no “apoio às obras”, desde logo com a atribuição de um subsídio de 60 mil euros, entregue em novembro de 2020.
Mais do que a requalificação do edifício propriamente dita, esta intervenção representa um inequívoco sinal de respeito pelos antepassados que trabalharam em prol da causa regionalista, destacou Jorge Custódio, acrescentando que este é um “marco histórico e motivo de orgulho para todos”.
Para o Presidente da Câmara Municipal, a função social, a manutenção da ligação afetiva entre Pampilhosenses, descendentes e as suas aldeias, e a difusão dos valores e da cultura do território, continua a ser uma missão imprescindível dos movimentos regionalistas.
“É muito importante que as coletividades e a Casa do Concelho continuem a manter este cordão umbilical à terra-mãe, à Pampilhosa da Serra”. “As pessoas passam e as instituições ficam. Há claramente uma nova geração de Pampilhosenses e descendentes que acabam por corporizar este espírito serrano que é tão importante mantermos”, concluiu Jorge Custódio.
No final do almoço-convívio, que contou com momentos musicais do Grupo de Concertinas “Os Serranitos”, pertencente à Casa do Concelho, foi ainda apresentado o livro “Do Céu e da Serra”, escrito pelo Pampilhosense José Barata.