Patente no Museu de Arte e do Colecionismo de Cantanhede.
Bustos de Napoleão e Goethe, um retrato do pintor francês Eugéne Delacroix, um medalhão com a representação de Luís Vaz de Camões, uma peça de cerâmica que retrata Camilo Castelo Branco ou uma pequena escultura de Almeida Garrett. E vários
retratos de figuras anónimas.
Apreciar cerca de 60 obras de arte e outras peças, na esmagadora maioria nunca antes exibidas ao público, está à distância de uma visita ao MACC – Museu de Arte e do Colecionismo de Cantanhede, onde foi inaugurada este sábado, 12 de abril, a exposição “Retratos Românticos – Individualidade, Memória, Emoção”.
A sessão inaugural foi muito concorrida e contou com a presença do vice-presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, com o pelouro da Cultura, Pedro Cardoso, de Ramiro Gonçalves, responsável pelo comissariado desta exposição, Marco Lopes, diretor do Museu Municipal de Faro, e Anísio Franco, diretor adjunto do Museu Nacional de Arte Antiga.
A mostra é da autoria de notáveis artistas de diferentes épocas, com destaque para Domingos António de Sequeira, José Rodrigues, Auguste Roquemont ou Francisco José Resende, entre muitos outros.
“A definição de uma estratégia cultural não pode nem deve resumir-se à valorização do património local nem se esgota no valiosíssimo património deste museu. Esta exposição, superiormente organizada pelo Museu Municipal de Faro e com o qual estabelecemos uma parceria virtuosa, é um exemplo do conhecimento da arte e da cultura que queremos e devemos dar a conhecer à comunidade.
Para além do vastíssimo espólio que continuará a ser apresentado, pretende-se criar uma oportunidade única para a região Centro de poder desfrutar também de grandes coleções e exposições, que habitualmente não fazem itinerância fora dos grandes centros culturais”, destacou Pedro Cardoso, adiantando que “ao percorrermos esta mostra, ficamos a conhecer melhor a pintura portuguesa no movimento artístico do romantismo, entre os séculos XVIII e XIX, mas também a sociedade daquela época”.

“A exposição “Retratos Românticos – Individualidade, Memória, Emoção” remete-nos para uma viagem tridimensional, em que à expressão cultural se acrescentam as dimensões pedagógica e sociológica”, complementa.
Também o diretor do Museu Municipal de Faro destacou o “espaço belíssimo” onde decorre esta exposição, lembrando que “a museologia tem a capacidade de unir territórios”, mas também descentralizar a cultura “por locais que parecem mais
distantes dos grandes centros”.
Seguiu-se uma visita guiada por Ramiro Gonçalves, que depois de enfatizar “a democratização do retrato” que despertou no período romântico, deu a conhecer o significado de algumas das peças expostas à luz da sociedade da época.
Organizada pelo Museu Municipal de Faro, onde esteve exposta anteriormente, esta valiosa antologia artística contou com o benemérito contributo de diversos colecionadores e tem a chancela de reputados técnicos do Museu Nacional de Arte Antiga.