AVC continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal: esteja atento aos três F’s

Em Portugal, quase três pessoas sofrem um acidente vascular cerebral (AVC) por hora. A doença continua a ser uma das principais causas de morte e de perda de anos de vida com qualidade, mantendo-se como um dos maiores desafios de saúde pública no país.

Um AVC ocorre quando o fluxo de sangue para o cérebro é interrompido. Existem dois tipos principais: o AVC hemorrágico, em que um vaso sanguíneo rompe e provoca uma “inundação” numa zona do cérebro, e o AVC isquémico, o mais frequente, responsável por cerca de 80% dos casos, resultante da obstrução de um vaso que impede o oxigénio e os nutrientes de chegarem ao tecido cerebral.

As consequências variam consoante a zona afetada. A lesão pode comprometer a fala, a capacidade de andar, a coordenação, a visão ou a força de um dos lados do corpo. Quanto mais tempo o cérebro fica sem oxigénio, maior é a área danificada e mais graves podem ser as sequelas.

Para reconhecer rapidamente um AVC, os especialistas destacam a regra dos três F’s — sinais simples e decisivos para salvar vidas:

  • Fala: dificuldade em articular palavras, discurso arrastado ou frases incoerentes.
  • Face: assimetria facial, com um dos lados da face a descair; sorrir pode evidenciar a diferença.
  • Força: perda súbita de força num braço ou numa perna; levantar ambos os braços pode mostrar incapacidade de manter um deles elevado.

A presença de apenas um destes sinais já deve levantar suspeitas. Outros sintomas possíveis incluem alterações de sensibilidade, perda súbita de visão, dor de cabeça intensa e problemas de coordenação.

Em caso de suspeita, a recomendação é clara: ligar imediatamente 112. O contacto prévio permite ativar a via verde AVC, mobilizando equipas especializadas e garantindo que os exames e tratamentos são preparados ainda antes de o doente chegar ao hospital, reduzindo o tempo até à intervenção.

A prevenção continua a ser essencial. Controlar fatores de risco — como hipertensão, tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo e alimentação inadequada — pode reduzir significativamente a probabilidade de sofrer um AVC.

Com pequenas mudanças de estilo de vida e atenção aos sinais de alerta, é possível diminuir o impacto desta doença que afeta milhares de portugueses todos os anos. E nunca é demais recordar: Fala, Face, Força — perante qualquer alteração, ligue 112.

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