10 de abril. No início da manhã, as comemorações oficiais do Dia do Município começavam sob a melodia do Grupo Musical Fraternidade Pampilhosense, que acompanhou, com o habitual primor, a entoação do Hino Nacional, à medida que se erguiam as bandeiras de Portugal e do Município, nos Paços do Concelho. Depois de ter sido depositada uma coroa de flores no Memorial dos Combatentes da Guerra Colonial, teria início, no Mercado Municipal de Pampilhosa da Serra, uma Sessão Solene carregada de forte carga simbólica e emotiva, na qual foi distinguido o percurso de vida inspirador das quatro “jovens centenárias” do concelho de Pampilhosa da Serra.
No discurso do primeiro Feriado Municipal a que se juntou como Presidente do executivo Autárquico, Jorge Custódio, voltou a apelar à “união” dos Pampilhosenses, enaltecendo o “mérito” de “gerações inteiras tocadas por um espírito determinado” que “resistem, persistem e não desistem da sua terra”.
Dirigindo-se a Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial, que considerou ser “conhecedora e, porventura, admiradora da capacidade de superação” dos Pampilhosenses, Jorge Custódio, citando o exemplo de “políticas” introduzidas por “governos anteriores” nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, notou que “é preciso responder ao desafio demográfico, através de políticas diferenciadores de captação de investimento, conjugadas com medidas de apoio à habitação e regalias fiscais que incentivem a captação e fixação de pessoas e empresas”.
À semelhança do que já tinha feito em ocasiões anteriores, o Presidente da Câmara Municipal explicitou a posição do executivo relativamente a “eventuais prospeções para extrações de lítio que possam vir a ocorrer no território”, partilhando que “uma exploração a céu aberto junto à Barragem de Santa Luzia, seria um erro irremediável e com um impacto geracional irreversível”. Em sentido contrário, frisou, é intenção da Câmara Municipal “tornar a massa florestal mais rentável, mais qualificada e menos vulnerável”, assim como “continuar a privilegiar fontes de energia renováveis”, que contribuam para um “futuro verde”.
Por sua vez, a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, depois de manifestar a “honra” e o “prazer” de se juntar “aos amigos Pampilhosenses”, abordou o tema das redes de telecomunicações, reconhecendo a pertinência da melhoria e abrangência destas redes para o aumento da competitividade de territórios do interior. “A regulamentação comunitária que vai ser aprovada daqui a uns meses obriga a que haja cobertura de rede fixa e móvel em todas as habitações, mesmo nas habitações secundárias”, expressou, acrescentando que “os prazos do concurso do 5G” passam por abranger, até 2025, “90% da população de todas as Juntas de Freguesia com cobertura de rede móvel”, sendo que, num cenário ideal, poderá ser cumprido o mesmo “objetivo para a rede fixa”.
Na sessão, foi ainda simbolicamente concretizado um desígnio há muito perseguido: a assinatura do acordo de gestão para a 1ª fase de requalificação da Estrada Nacional 344 – entre o quilómetro 67 (Pampilhosa da Serra) e o quilómetro 75 (cruzamento da aldeia de Maria Gomes) -, uma empreitada já lançada em concurso público pela Infraestruturas de Portugal, com o valor base de cerca de 8 milhões de euros. Ana Abrunhosa, destacou que o avançar desta obra “foi possível porque o Município quis tanto que assumiu ele próprio os encargos dos projetos”, o que levou a que fosse possível “inscrever esta obra no Plano de Recuperação e Resiliência”.
E porque são as pessoas “o maior ativo e alma do concelho”, tal como constatou Jorge Custódio, foram agraciadas na sessão, com a medalha de valor e altruísmo, “5 personalidades Pampilhosenses”, que fazem com Pampilhosa da Serra seja “conhecida e sentida”, muito além dos limites geográficos”, destacando-se pela coragem, altruísmo e amor que dedicam ao território. Nesse sentido, foram distinguidos António Barata Tavares, António Queimadela, Paula Batista Margarido e Olga e Paulo Gaspar.
O Colar de Honra, insígnia mais alta do Município e que até então apenas tinha sido entregue em duas ocasiões, foi atribuído na Sessão Solene a José Brito, anterior Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra e atual Presidente da Assembleia Municipal. Jorge Custódio, falou de um “legado ao serviço da causa pública”, deixado por “alguém que dedicou a sua vida aos outros”, de uma forma “apaixonada, abnegada e humilde”. Com a generosidade que lhe é caraterística e visivelmente emocionado, José Brito, partilhou o “peso” do colar com que o ajudou a “fazer acontecer coisas para “Pampilhosa da Serra”, estendendo o agradecimento a todos os que com ele colaboraram nos diversos cargos públicos que ocupou, à família e aos Pampilhosenses pela “confiança” depositada no seu trabalho.
Por último, foi ainda entregue a medalha de bons serviços a 4 funcionários da Câmara Municipal, que durante o longo período de serviço, “sempre dignificaram esta instituição e honraram o seu posto de trabalho”, indicou o Presidente da Câmara Municipal. Este “sentido agradecimento” foi dirigido a José Gomes, António Dias Fernandes, Maria Santos Barata e António Mendes Nunes”.
Tendo em consideração que o associativismo e as instituições locais são agente determinantes na dinamização dos território e “expressão máxima da singularidade e orgulho pampilhosense”, como constatou o Presidente da Câmara Municipal, foram assinados seis protocolos de colaboração com instituições locais: Associação Humanitária dos B.V. de Pampilhosa da Serra; Casa do Concelho; Grupo Musical Fraternidade Pampilhosense; Grupo Desportivo Pampilhosense; Rancho Folclórico de Pampilhosa da Serra e Rancho Folclórico de Dornelas do Zêzere.
